ATA DA OCTOGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 24-9-2009.

 


Aos vinte e quatro dias do mês de setembro do ano de dois mil e nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Dr. Raul, João Antonio Dib, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, DJ Cassiá, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Ervino Besson, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, João Pancinha, Juliana Brizola, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Marcello Chiodo, Maria Celeste, Mario Manfro, Pedro Ruas, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valter Nagelstein. À MESA, foi encaminhado, pela Mesa Diretora, o Projeto de Resolução nº 031/09 (Processo nº 4065/09). Também, foi apregoado o Memorando nº 090/09, de autoria do Vereador Engenheiro Comassetto, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, nos dias de hoje e amanhã, no Seminário “Construindo uma Política Nacional de Desenvolvimento Urbano para o Brasil”, em Brasília – DF. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 495449, 495516, 495538, 495648, 495683 e 495684/09, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Balduíno Tschiedel, Diretor-Presidente do Instituto da Criança com Diabetes – ICD/RS –, que se pronunciou acerca do diabetes, suas causas, tratamentos e dados epidemiológicos, divulgando atividades a serem desenvolvidas no Dia Mundial do Diabetes, em quatorze de novembro do corrente. Durante o pronunciamento do Senhor Balduíno Tschiedel, foi realizada apresentação de audiovisual referente ao tema abordado por Sua Senhoria. Após, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Carlos Todeschini, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra, João Antonio Dib, Nilo Santos, Dr. Raul, Pedro Ruas, Paulinho Ruben Berta, Valter Nagelstein e Luiz Braz manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o Vereador Dr. Raul. Às quatorze horas e quarenta e dois minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e três minutos, constatada a existência de quórum. Em continuidade, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado, nos termos do artigo 180, § 4º, do Regimento, a tratar dos impactos na economia da Extensão Rural em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul. Compuseram a Mesa: os Vereadores Sebastião Melo e Adeli Sell, respectivamente Presidente e 1º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Mário Augusto Ribas do Nascimento, Presidente da Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica de Extensão Rural – EMATER/RS – e Superintendente Geral da Associação Sulina de Crédito de Assistência Rural – ASCAR –; o Senhor Gervásio Paulus, Presidente da Associação dos Servidores da ASCAR EMATER/RS – ASAE –; o Deputado Estadual Elvino Bohn Gass, Coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Extensão Rural do Rio Grande do Sul; a Senhora Águeda Marcéi Mezomo e o Senhor Claudinei Baldissera, respectivamente Diretora Técnica e Gerente Regional da EMATER/RS. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Deputado Estadual Elvino Bohn Gass, ao Senhor Gervásio Paulus e à Senhora Águeda Marcéi Mezomo, que se pronunciaram sobre o tema em debate. Em COMUNICAÇÕES, nos termos do artigo 180, § 4º, inciso III, do Regimento, os Vereadores Adeli Sell, Carlos Todeschini, Ervino Besson, Airto Ferronato, Toni Proença e Sofia Cavedon pronunciaram-se acerca dos impactos na economia da Extensão Rural em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou as presenças, neste Plenário, de alunos e da Professora Andréia Camargo, da Escola Municipal de Educação Infantil Parque dos Maias II, que comparecem à Câmara Municipal de Porto Alegre para participar do Projeto de Educação Política, desenvolvido pelo Memorial desta Casa. Às quinze horas e cinquenta e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezesseis horas, constatada a existência de quórum. Em prosseguimento, foi iniciado período destinado a assinalar o transcurso do centésimo sexto aniversário do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, nos termos do Requerimento nº 131/09 (Processo nº 4092/09), de autoria do Vereador Alceu Brasinha. Compuseram a Mesa: o Vereador Sebastião Melo, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; os Senhores Duda Kroeff, César Pacheco, Luiz Moreira, Raul Régis de Freitas Lima e Haroldo Santos e a Senhora Ema Coelho de Souza, respectivamente Presidente, Vice-Presidente, Diretor-Administrativo, Presidente do Conselho Deliberativo, Coordenador de Comunicação e Diretora do Memorial do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense; o Senhor Paulo Odone, Secretário Extraordinário do Gabinete Executivo da Copa do Mundo Fifa 2014, representando a Governadora do Estado do Rio Grande do Sul, e o Senhor Ricardo Gothe, Secretário-Adjunto da Secretaria do Planejamento Municipal. Também, o Senhor Presidente registrou as presenças, neste Plenário, dos Senhores Paulo Rossi, Oswaldo Fett e Rafael Pfeiffer, respectivamente Conselheiros e Assessor de Comunicação do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, e do Coronel Marcelo Cantagalo dos Santos, Assessor Parlamentar do Comando Militar do Sul. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se o Vereador Alceu Brasinha. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Duda Kroeff, que, em nome do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, agradeceu a homenagem prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Em continuidade, foi executado o Hino do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. Às dezesseis horas e trinta e nove minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e quarenta minutos, constatada a existência de quórum. Após, o Senhor Presidente convidou todos para a Audiência Pública destinada a debater o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 004/09, que altera o regime urbanístico do Cais do Porto, a ser realizada às dezenove horas do dia de hoje, neste Plenário. Às dezesseis horas e quarenta e um minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Sebastião Melo e Adeli Sell e secretariados pelo Vereador Nelcir Tessaro. Do que eu, Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

Temos o prazer de receber, mais uma vez, o Dr. Balduíno Tschiedel, Diretor Presidente do Instituto da Criança com Diabetes/RS - ICDRS, que está com a palavra para tratar de assunto relativo ao diabetes, suas causas, tratamentos e dados epidemiológicos, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. BALDUÍNO TSCHIEDEL: Caro Presidente, Adeli Sell, eu queria agradecer, em primeiro lugar, ao Ver. Tarciso e ao Ver. Raul Fraga pela oportunidade de estar aqui para falar um pouco sobre o diabetes. Sobre diabetes tem-se muita coisa para falar e não será em dez minutos que eu vou esgotar este assunto, absolutamente. Então, terei que ser o mais breve possível para passar para vocês as informações que eu gostaria. (Apresenta PowerPoint). Eu queria mostrar para vocês alguns dados que temos aqui que são impressionantes. Vejam vocês o milagre da insulina, quando ela surgiu no final de 1922, deu o Prêmio Nobel a dois médicos canadenses em 1923: vejam a criança, à esquerda, em dezembro de 1922, e esta mesma criança, alguns meses depois, em fevereiro de 1923 - é a mesma criança. A insulina foi saudada, na época, como a cura do diabetes. Infelizmente, a gente sabe que a cura não existe, mas a insulina é o grande tratamento para o diabetes e este aí é o exemplo cabal disto que estou falando. Vejam o que era o tratamento de diabetes naquela época: eu trouxe este histórico, porque vocês têm que entender que hoje em dia o que está sendo feito, infelizmente, o que está sendo distribuído para a nossa população, para as nossas crianças, são seringas muito semelhantes àquelas lá. Vejam vocês o que é o absurdo daquela seringa! Claro que se justifica que em 1923 fosse aquela seringa, mas não se justifica que, em 2009, o Poder Público ainda dê esse tipo de seringa que arrebenta as nossas crianças. Esse tipo de seringa é um absurdo! As seringas dadas são dadas para drogados e para outros; mas as seringas para os diabéticos tem que ser pedidas “com o penico na mão”, isso quando se recebe, porque, na maior parte das vezes, só vão receber no Instituto da Criança com Diabetes, que, graças às realizações que faz - como a Corrida para Vencer o Diabetes -, tem verbas para distribuir pelo menos seringas para as nossas crianças, para os nossos adolescentes, que hoje já são em torno de mil, setecentos e poucos. Para vocês entenderem, somos o maior centro de diabetes da América Latina, hoje.

Esta é a epidemiologia do diabetes: vocês vejam os números que demonstram um crescimento absurdo para os próximos anos, fruto da explosão de obesidade que está ocorrendo no mundo inteiro e fruto de uma alimentação absolutamente equivocada. Então, os números, hoje, estão em torno de 200 milhões, e se prevê 300 e poucos milhões de pessoas com diabetes no ano de 2025. Este aumento vai ser muito maior nos países em desenvolvimento do que nos países já desenvolvidos.

Estes são dos dados com os custos estimados pela Empresa de Processamento de Dados do SUS - DataSUS -, do diabetes no Brasil, em que a média de gastos com hospitalizações pelo diabetes obteve um percentual bem maior do que os gastos com o não diabetes. O SUS já tem esses dados - o gasto com hospitalização com diabetes é muito grande -, e temos que evitar esses gastos, educando, chamando a atenção de quais são os sintomas, quais são os alertas para o diabetes, quer o tipo 1, que é da criança e do adolescente, quer o tipo 2, que é do adulto.

Esses são os custos estimados na World Health Organization - Organização Mundial de Saúde -, que diz que uma das mais importantes causas de gastos com o diabetes, de mortalidade, de morbidade e de diminuição de crescimento econômico mundial - isto significa dias de trabalho parados, uma mortalidade aumentada, o indivíduo que poderia estar no ápice da sua capacidade laboral tem essa capacidade subitamente interrompida por uma cegueira, por uma insuficiência renal crônica, por uma amputação de membro inferior.

O diabetes é uma patologia extremamente fácil de diagnosticar, com uma glicemia de jejum maior ou igual a 126, ou uma glicemia - açúcar no sangue - casual, a qualquer hora do dia, maior do que 200, já fecha o diagnóstico de diabetes.

As complicações do diabetes: a doença cardíaca é a principal causa de morte relacionada ao diabetes melito; de duas a quatro vezes superior à taxa de morte de não diabéticos. O acidente vascular cerebral também é outra causa, a hipertensão também. O diabetes é a principal causa de novos casos de cegueira em pessoas de 20 a 74 anos de idade; a retinopatia diabética causa de 12 a 24 mil novos casos por ano de cegueira. A doença renal é a principal causa de doença renal terminal, quer dizer, a insuficiência renal crônica que leva à hemodiálise, a transplantes, tem como principal causa o diabetes e a hipertensão, no caso.

Este (Mostra.) é um trabalho feito no Rio Grande do Sul: o diabetes está lá embaixo, mostrando aquela faixa maior de diabetes, e a faixa verde é a hipertensão. As duas maiores causas de hemodiálise, aqui no Rio Grande do Sul, são o diabetes, em primeiro lugar, e a hipertensão, em segundo lugar.

O sistema nervoso é amplamente atacado pelo diabetes nas suas mais variadas formas, e quanto às amputações, mais de 50% de amputações dos membros inferiores são devido ao diabetes. Na verdade, o diabetes só perde para amputações traumáticas, sejam pelas guerras - as famosas minas -, e por acidentes de trânsito.

O infarto e o acidente vascular cerebral são as duas grandes causas de morte no diabetes melito, e quando a gente vai ver que uma pessoa morreu de infarto ou morreu de acidente vascular cerebral, sempre tem ou o diabetes ou a hipertensão subjacentes.

Aqui, o Instituto da Criança com diabetes, mostrando os nossos dados atuais. Começamos no ano de 2004, e no final do ano estávamos com 500 e poucos pacientes; hoje já estamos com mais de 1.700 pacientes, sendo a sua enorme maioria, mais de 90%, com diabéticos do tipo 1, e a sua grande maioria provenientes do interior do Rio Grande do Sul.

As modalidades de atendimento no Instituto, em que nós privilegiamos o hospital-dia, quando a criança e o adolescente têm a atenção o dia inteiro, e conseguem, dentro de um Programa de Educação Continuada, evitar as internações. Vocês vejam que nós já diminuímos em 60% as internações previstas desde 2004 até 2008. O nosso Programa de Educação em Diabetes, que é diário, todos os dias há aula, de segunda às sextas-feiras, e todos os pacientes participam na medida em que vão chegando.

As campanhas promocionais nos permitem introduzir os insumos para esses pacientes que, de outra feita, o Poder Público infelizmente está omisso, principalmente na questão das seringas.

O Dia Mundial do diabetes vai ser comemorado agora no dia 14 de novembro, que é a data de nascimento de Frederick Banting, o descobridor da insulina; então, no mundo inteiro é comemorado. Vocês vejam que a Federação Internacional de diabetes, IDF, encampou essa data junto com a Organização Mundial de Saúde, mas a ONU encampou a data em 2007. Hoje é uma data mundial, encampada pela Organização das Nações Unidas, para quê? Para comemorar uma doença? Não, para chamar a atenção sobre uma doença que é extremamente importante e custosa para todas as nações. Aí está o cartaz que vai ser distribuído no mundo inteiro, em várias línguas, contendo os principais sintomas do diabetes.

Nós temos alguns pleitos aqui, hoje. Primeiro, que o Dia Mundial do Diabetes faça parte do Calendário de Eventos de Porto Alegre. Nós gostaríamos que a Cidade encampasse o Dia Mundial do Diabetes, e que o monumento do Laçador e outros pontos turísticos históricos fossem iluminados de azul nessa data, inclusive - por que não? - o prédio da Câmara Municipal de Porto Alegre. Nós gostaríamos disso imensamente. Este é um pleito que não é custoso, a iluminação não precisa ser uma festa feérica, não; é uma iluminação absolutamente barata. O Instituto da Crianças com Diabetes, com poucos recursos, vai conseguir iluminar vários prédios de Porto Alegre, mas o Laçador, particularmente, e a Câmara Municipal de Vereadores, nós pediríamos aos nobres Vereadores que assumissem esse encargo e que colorissem esses locais de azul para chamar a atenção. Vejam vocês que a Torre Eiffel vai estar iluminada de azul; o Big Ben vai estar iluminado de azul. E por que não a Câmara Municipal de Vereadores? E por que não o Laçador? Qual é o nosso Big Ben, e qual é a nossa Torre Eiffel? É o Laçador! Então nós queremos ver o Laçador com azul. Ele já tem uma iluminação esverdeada, é só trocar as lâmpadas no dia. São esses os nossos pleitos.

Este é o prédio do Instituto da Criança com Diabetes, e quem quiser saber alguma coisa mais é só acessar o site: www.icdrs.org.br. Este site está no mundo, em inglês, em português e, em breve, em espanhol. Era isto o que nós tínhamos para os senhores. Muito obrigado pela atenção e até uma próxima oportunidade. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Dr. Balduíno Tschiedel. Convido-o a integrar a Mesa dos trabalhos.

O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Dr. Balduíno Tschiedel, Presidente do Instituto da Criança com Diabetes; nossa Liderança, Verª Maria Celeste; Ver. Oliboni, Ver. Comassetto e Verª Sofia Cavedon, nós queremos manifestar também a nossa solidariedade, assim como temos realizado todos os anos, Dr. Balduíno, e nós participamos desde o início, em conjunto com a sua iniciativa e do Movimento Mundial em Defesa da Conscientização para o Diabetes, que consiste numa iniciativa muito singela, que é iluminar os prédios, os monumentos, os símbolos das cidades com a luz azul, na noite de 14 de novembro. Data essa que, inclusive, já é lei municipal e já está incluída no Calendário Oficial de Porto Alegre, lei de nossa autoria. E também quero dizer que, como muito bem foi alertado por V. Exª, o diabetes é uma doença cada vez mais presente devido aos problemas alimentares, aos erros que todos nós cometemos como sociedade moderna, aos maus hábitos, ao excesso de bebida, de cigarro, de consumo de produtos industrializados, o sedentarismo, enfim, um conjunto de atitudes e ações que são próprias do mundo moderno, mas que acabam trazendo um grande peso e uma grande carga para toda a sociedade, com a questão da manutenção dos remédios e do atendimento.

Então, existe uma série de enfermidades decorrentes disso, como muito bem foi explicitado; eu quero dizer que também sou portador do diabetes tipo 2, e é um problema que vivemos. E nós deixamos muito a desejar enquanto Poder Público no atendimento, porque a questão mais importante talvez seja conscientizar as pessoas de que uma boa caminhada diária é o melhor dos remédios para o combate ao diabetes, evidentemente sem desprezar o cuidado com o regime e com os remédios. Mas essas práticas ainda estão distantes das políticas públicas, há falta de um melhor atendimento, como o senhor falou muito bem, como sobre a questão das seringas, por exemplo. Há uma seringa padrão que é distribuída pelo SUS, cuja agulha tem quase cinco centímetros, enquanto a agulha da seringa para o diabetes é de meio centímetro de comprimento; são tudo coisas que estão distantes.

Tenha a solidariedade da Bancada do Partido dos Trabalhadores. Esta, sim, é uma questão, antes de tudo, de política pública. E nós precisamos melhorar muito no conjunto, avançar na conscientização, e o Poder Público Municipal também precisa fazer as suas tarefas, que não está fazendo, para melhorar a situação. Obrigado, parabéns, meus cumprimentos; conte com a nossa solidariedade. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, fundamentalmente quero cumprimentar o Dr. Balduíno pelo trabalho exemplar que vem fazendo, e certamente a Casa vai se somar a essa movimentação de “azular” a cidade de Porto Alegre nesse dia em que essa movimentação é universal. É lógico que, para nós, é duplamente gratificante atender a esse seu pedido. Primeiro que, “azulando” Porto Alegre a gente está se alegrando sobremaneira, V. Exª sabe bem disso; segundo, é uma forma objetiva de nós externarmos o comprometimento do Legislativo de Porto Alegre com o trabalho que vem sendo desenvolvido aqui na Cidade, pelo qual você é um dos maiores responsáveis.

Desde os primórdios do Instituto, a Casa sempre foi muito sensível a somar, a conseguir, dentro da sua parcimônia, obter recursos para o Instituto. Nunca faltaram essa sensibilidade e essa compreensão da importância e do significado do trabalho realizado. Agora mesmo veio a informação, o que não é novidade para nós, de que este pedido no sentido da oficialização da data como sendo o dia a ser respeitado e comemorado, a Câmara já tinha tomado essa decisão, e a Prefeitura Municipal tinha consagrado essa posição. Já é lei municipal, o que não nos dá nenhuma condição especial a não ser de confirmar, autenticar e certificar o nosso reconhecimento à qualidade e à competência do trabalho realizado. Obviamente, não faltaria sensibilidade desta Casa Legislativa para aplaudir e se solidarizar com esse trabalho. O nosso aplauso mais entusiasta e a certeza de que, com dupla satisfação, nós ajudaremos a “azular” esta Cidade nos próximos dias. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Boa-tarde, Sr. Presidente, Adeli Sell; boa-tarde, Dr. Balduíno, boa-tarde, Vereadores e Vereadoras, boa-tarde a todos que nos acompanham das galerias, pela TVCâmara e pela Rádio Câmara, quando recebi o convite do Dr. Raul para conhecer o ICDRS, vi o belo trabalho realizado pelo Dr. Balduíno e sua equipe. A minha preocupação, Dr. Balduíno, era muito grande com os atletas que, quando param, são acometidos pelo diabetes. Então, houve uma preocupação muito grande da minha parte sobre o diabetes, e o Dr. Raul prontamente me convidou para que eu fosse conhecer o ICD, onde está a sua maravilhosa equipe. A entidade, diretamente, e junto com as famílias - eu pude conhecer lá os pequenos pacientes -, luta para uma vida livre de complicações. A entidade luta diariamente, junto com as famílias e com os pacientes, por causa das complicações do diabetes. A gente vê que coisa bonita o carinho com essas crianças! Então, eu quero que tu contes com este Vereador para essa tua luta diária. A gente está com muitos projetos, inclusive para dezembro, um jogo, uma Corrida contra o diabetes também, com os ex-atletas; eu convidei o Dunga, convidei vários jogadores para que a gente possa fazer esse jogo, para que a gente possa dar condições de, cada vez mais, o ICD atender a mais crianças com diabetes, para que a gente possa lhes dar uma vida digna e melhor. Então, em nome da nossa Bancada - Dr. Thiago, Ervino Besson, Juliana Brizola, Luciano, Mauro Zacher-, queremos agradecer pela sua presença. Muito obrigado, Dr. Balduíno. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; meu caro Dr. Balduíno Tschiedel, Presidente do Instituto da Criança com Diabetes do Rio Grande do Sul; eu acho que V. Exª colocou muito bem: há uma necessidade de educação permanente, de conscientização da população dos malefícios, dos transtornos que o diabetes pode causar para qualquer pessoa - cegueira, amputação de membros, infarto e outras tantas coisas - e que precisam ser cuidados. A nossa TVCâmara faz um alerta diariamente, em todas as suas transmissões, quanto aos problemas do diabetes. Mas eu acho que mais precisava ser feito, inclusive dar acessibilidade às pessoas para, com facilidade, fazer o exame para dosar a glicose, porque, nas merendas das escolas vai muito açúcar, e, se nós não cuidarmos do açúcar, de repente a pessoa se apresenta com diabetes, e nós já vimos casos muitos tristes decorrentes dessa doença. Temos, inclusive, um Vereador que, primeiro, ficou cego, depois, amputou uma perna: o Ver. Ivan Castro. Então, realmente é uma coisa que machuca as pessoas, e precisa haver conscientização, mas também facilidade para fazer o exame que define se há ou não glicose em excesso. E cumprimentos ao Ver. Tarciso, por ter lembrado de trazer V. Sª a esta Casa para este momento muito importante. Saúde e PAZ! (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Nilo Santos está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. NILO SANTOS: Quero saudar o Sr. Balduíno neste momento, o Instituto da Criança com Diabetes e também nosso querido Ver. Tarciso, que tem sido uma revelação nesta Casa, pela sua iniciativa, e colocar à disposição do Instituto a Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro, composta pelo Ver. Nelcir Tessaro, Ver. DJ Cassiá, Ver. Alceu Brasinha, Ver. Marcello Chiodo. E também quero parabenizá-lo pelo trabalho, porque isso é um dom que vem de Deus; Deus colocou sobre os ombros do vocês a responsabilidade de cuidar dessas pessoas. A nossa Bancada está sensibilizada pela apresentação aqui feita, o senhor pode ter certeza disso. Quero que o Instituto nos use no que for preciso para fazer com que esse trabalho continue crescendo, se desenvolva de uma forma mais intensa ainda para conseguir atingir um maior número de pessoas. Parabéns pelo trabalho, mais uma vez. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Dr. Raul está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento, e para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DR. RAUL: Presidente Adeli, Vereadores, Vereadoras, todos os que nos assistem, nosso ilustre visitante, colega, Dr. Balduíno Tschiedel, eu não posso deixar de reconhecer a força do trabalho que tem o nosso colega endocrinologista Balduíno Tschiedel, a quem eu tenho a satisfação de conhecer já há algum tempo, inclusive trabalhamos juntos no Conselho da Unimed, no qual, com a força de trabalho do Balduíno e outros, transformaram a Unimed no que ela é hoje, na força de trabalho que ela é hoje para o médico e no atendimento que presta para toda a população. E, sabendo dessa força, o Dr. Balduíno dá um exemplo para a sociedade criando o Instituto da Criança com Diabetes, ou seja, ele se apoiou na sua especialidade, na necessidade da sociedade, naquela pessoa que vê no seu dia a dia as crianças, os adolescentes, com uma doença severa e muitas vezes malcuidada, e que necessitam de um atendimento não só diário, mas de um atendimento mais do que diário, e isso tocou, com certeza, o coração do médico, do ser humano, e ele foi atrás disso. Também se associou com o Paulo Roberto Falcão, que acho que continua sendo Presidente do Conselho de Administração da Entidade, e trouxe para a sociedade gaúcha um benefício muito grande que vem se materializando no dia a dia dessas pessoas que tem em especial o diabetes tipo 1. Essa doença, que é uma doença insidiosa, uma doença que faz com as nossas crianças e os nossos adolescentes, quando maltratados, cheguem à caquexia, ou seja, praticamente sumam, morram. E, quando as pessoas conseguem fazer o necessário atendimento, conseguem uma sobrevida e uma qualidade de vida para si e para as famílias, isso traz mais dignidade para o ser humano. E o Instituto da Criança com Diabetes faz isso de uma maneira muito profissional, apoiado na sociedade civil, apoiado na força da equipe multidisciplinar que lá trabalha e com todas as ações bem definidas. Para vocês terem uma ideia, existe uma linha quente lá - hot line - na qual as pessoas, os diabéticos e outros familiares podem associar a sua doença e tirar informações para a educação diária, para as necessidades diárias, para a questão das internações. Existe um hospital-dia para facilitar a vida dessas pessoas, enfim, existe toda uma orientação educacional de como levar essa doença e de como conviver com ela. Essa questão que trata das amputações, das doenças cardiovasculares, das doenças neurológicas, traz um benefício que não há como medir. E isso é a saúde, é uma vida melhor para toda a nossa sociedade.

Eu acho que o reconhecimento da Cidade é muito importante para uma ação como essa, que vem mostrando não só para Porto Alegre, mais do que isso, para o nosso Brasil, até para o mundo, como é que se faz o tratamento desse tipo de situação. Nós temos exemplos da maior grandiosidade, onde nós temos parcerias efetivas entre o Poder Público, em pequena quantidade, com a sociedade, querendo fazer com que as coisas aconteçam.

Assim que eu soube dessa vontade do Ver. Tarciso Flecha Negra de se integrar nessa questão do diabetes, automaticamente, o primeiro nome que eu citei, dizendo que nós tínhamos que ir lá, foi o do Dr. Balduíno, por conhecer o seu trabalho. E o Ver. Tarciso Flecha Negra não poderia ter sido mais diligente, tanto que já está propondo iniciativas, e nós vamos tentar ajudar. Isso é extremamente importante, porque a conscientização é o que traz a solução do problema. O diabetes faz todos esses estragos no ser humano, porque muitas vezes a própria pessoa não faz nem o diagnóstico, que é uma coisa extremamente simples. Para se saber o diagnóstico basta dar uma picadinha no dedo e verificar a glicemia de uma pessoa, assim se saberá se ela é diabética ou não, ou pelo menos vamos poder encaminhá-la para o especialista para tomar as atitudes necessárias.

Então, eu acho que nós todos temos que dar o exemplo, enquanto sociedade, e temos que, mais do que isso, nos espelhar no exemplo que é dado pelo Instituto, porque, na realidade, esse convênio com o Hospital da Criança Conceição faz com que milhares de pessoas modifiquem as suas vidas de uma maneira clara e objetiva, e para melhor.

Todos nós aqui, como Vereadores, queremos modificar a vida da Cidade também para melhor, e hoje, inclusive, temos um evento muito importante aqui na Casa, que todos devem estar ligados, que é a questão do Projeto Cais do Porto. Então, o que nós buscamos? Uma qualidade melhor de vida para todos, e isso passa pela saúde individual, pela saúde pública, e pelo exemplo que nós temos hoje aqui, que é do Instituto da Criança com Diabetes. Quantas e quantas doenças, quantas e quantas patologias poderiam seguir esse mesmo rumo e ter esse mesmo tipo de ação para que nós pudéssemos tratar melhor as nossas pessoas que estão aí.

Nós, que trabalhamos na rede pública de saúde, vemos pessoas nas suas casas, com sequelas, que muitas vezes o Poder público não consegue aliviar, recuperar, enquanto que se tivesse uma entidade realmente voltada para essas questões, nós teríamos uma resposta efetiva e uma qualidade de vida muito melhor para todos.

Eu gostaria de deixar essa mensagem positiva de que todos devemos nos unir em função da saúde pública e seguir este exemplo que é dado pelo Instituto da Criança com Diabetes, fazendo com que isso se repercuta na sociedade de uma maneira permanente. Que o nosso SUS, que infelizmente tem tantos buracos, possa ir, aos poucos, pavimentando a sua estrada e dar, realmente, para a população aquela equidade, a universalidade e a atenção gratuita de que ela precisa, de uma maneira mais ampla, mais positiva e mais abrangente, e que traga uma sociedade melhor e uma qualidade de vida melhor para todos. Saúde para todos nós, e vamos em frente. Dr. Balduíno, estamos sempre juntos e tudo de bom. Um abraço e muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Dr. Balduíno Tschiedel, na presidência do Instituto da Criança com Diabetes; nosso querido Ver. Tarciso Flecha Negra, que teve a feliz ideia, a ótima iniciativa de propor este nosso encontro de hoje, Dr. Balduíno; a Bancada do PSOL se solidariza, obviamente, e tem muito orgulho do trabalho do senhor e dos seus pares. Nesse sentido, há algum tempo atrás, o Ver. Tarciso, já na tribuna, falava dos problemas enfrentados por ex-atletas, amigos, ou até anteriores ao Ver. Tarciso - nós perdemos o Ortunho, do Grêmio, com diabetes; nós tivemos o Escurinho com a perna amputada; nós temos o Alcindo, o Bugre, com diabetes -, enfim, um problema recorrente em ex-atletas de futebol e não só de futebol. Mas, acima de tudo, a preocupação do Instituto é com as crianças, e é aí que pode haver uma prevenção com eficácia futura.

A Bancada do PSOL - eu e a Verª Fernanda Melchionna - se solidariza com o trabalho dos senhores, e nós nos colocamos à disposição de todos vocês e do Ver. Tarciso para juntos trabalharmos para melhorar mais ainda o tipo de resultado que pode ter essa atividade. Parabéns!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Paulinho Ruben Berta está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. PAULINHO RUBEN BERTA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, Dr. Balduíno, a Bancada do PPS - deste Vereador e dos Vereadores Toni Proença e Elias Vidal - se coloca totalmente à sua disposição, à disposição do Instituto, para auxiliar no belíssimo trabalho que o senhor faz, pela preocupação com as nossas crianças. Sabemos que o senhor busca qualidade de vida para as crianças que sofrem do diabetes, doença que tantos males tem trazido para a nossa cidade de Porto Alegre. Quero dar os parabéns ao Ver. Tarciso por esta iniciativa, pela preocupação dele; quero parabenizar o senhor e a sua equipe. A Bancada do PPS se coloca totalmente à sua disposição para, juntos, podermos trabalhar esta questão. Parabéns! Conte conosco!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Dr. Balduíno, meus respeitos; quero cumprimentar também o Deputado Bohn Gass, que está conosco hoje aqui na Câmara de Vereadores - meus cumprimentos a V. Exª; quero cumprimentar o Ver. Tarciso, pela sua iniciativa.

Eu lhe confesso, Dr. Balduíno, que ouvi com assombro a sua manifestação. O meu assombro maior reside no fato de que nós, nos últimos anos, tenhamos tido médicos à frente do Ministério da Saúde, da Secretaria Estadual da Saúde, da Secretaria Municipal da Saúde - o Dr. Adib Jatene, o Ministro Temporão, o Secretário Terra, o Secretário Eliseu -, e o que é vergonhoso, eu diria, profundamente constrangedor para todos nós é não termos conseguido a alteração da seringa com que se faz a aplicação do medicamento. Acho que isso, mais do que uma questão de saúde é uma questão de humanidade, pois o uso dessa seringa, além da própria lesão, causa um trauma na criança, trauma que dificulta o tratamento. Acho até que haja uma resistência das próprias famílias. Eu quero lhe dizer que nós precisamos ir além da retórica. Obviamente estão todos os Vereadores à sua disposição, mas eu quero fazer daqui uma conclamação a todos os colegas: nós precisamos, de alguma forma, sair daqui junto com o senhor, irmos a quem quer que seja e exigirmos que, pelo menos na nossa Cidade imediatamente adotemos a seringa apropriada para esse tratamento. Se isso vai ser hoje, amanhã ou depois de amanhã, eu acho que é o senhor que tem que nos dizer. Eu queria ouvir também na sua manifestação - não sei se é possível ainda - o que se pode fazer, se é uma norma que se tem que editar, o que precisa ser feito para que imediatamente nós venhamos a substituir essa seringa absurda, que ainda hoje se usa, pela seringa pequena adequada para fazer o devido tratamento. Eu quero cumprimentá-lo pelo fantástico trabalho que realizam, desejar êxito continuado na sua missão, e dizer que todos nós aplaudimos e reconhecemos o trabalho do Instituto da Criança com Diabetes. Espero que possamos imediatamente fazer coro e somar esforços para que essa questão que o senhor trouxe, e como eu disse nos causou perplexidade e assombro, possa ser enfrentado e ser resolvido. Parabéns e muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Luiz Braz está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, nós temos, no plenário, pelo menos dois craques envolvidos nessa causa: aqueles que cuidam do Instituto da Criança com Diabetes e o meu amigo Tarciso. A Bancada do PSDB apenas quer se manifestar, dizendo que também se coloca a inteira disposição para as lutas do Instituto, para que possamos levar essa causa como uma causa de toda a população. Fiquei bastante chocado quando ouvi que as pessoas que sofrem com diabetes - e aqui não estou falando só das crianças - têm dificuldades de conseguir os medicamentos necessários junto à Secretaria Estadual da Saúde. Eu acho que essas coisas deveriam ser melhoradas, e eu acredito que o nosso serviço público deveria realmente fazer mais esforços a fim de que essas pessoas, que já sofrem bastante com a doença, pudessem ter esse problema minimizado com o fornecimento de medicamentos adequados. Quero cumprimentá-lo pelo trabalho que faz e me colocar à disposição do meu amigo Tarciso e do senhor, para que possamos levar essa luta adiante. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Encerramos o período de Tribuna Popular, quando, mais uma vez, tivemos o privilégio de ouvir a palavra do Dr. Balduíno Tschiedel, Presidente do Instituto da Criança com Diabetes. Nós queremos, Dr. Balduíno, dizer que, com as intervenções feitas por todas as lideranças aqui, é mais uma demonstração de que a Câmara Municipal tem uma preocupação com os temas de Saúde Pública. Nós esperamos poder encaminhar numa próxima reunião de Mesa, com os Vereadores que se pronunciaram aqui, para que no dia 14 de novembro possamos fazer algo extremamente marcante na Câmara Municipal, com uma iluminação diferenciada, no caso do azul, a cor proposta para este dia, e que possamos, quem sabe, fazer alguma atividade. Quero também convidá-lo, para que, pelos nossos meios de comunicação interna, a televisão e a rádio, possa fazer um programa específico, porque estamos vendo que essa é uma doença que é avassaladora. Suspendemos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h42min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell - 14h43min): Estão reabertos os trabalhos.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Como é sabido por todos e todas, nas quintas-feiras o período de Comunicação é especial, com base no art. nº 180 do nosso Regimento. O tema de hoje será sobre os Impactos na Economia da Extensão Rural em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul. Convido a participar da Mesa os palestrantes Sr. Mario Nascimento, Presidente da EMATER; Sr. Gervásio Paulus, Presidente da ASAE - Associação dos Servidores da ASCAR/EMATER; Deputado Estadual Elvino Bohn Gass, Coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Extensão Rural do Rio Grande do Sul, representando, neste ato, o Presidente da Assembleia Legislativa; Srª Águeda Mezomo, Diretora Técnica da EMATER; e Sr. Claudinei Baldissera, Gerente Regional da EMATER.

O Deputado Elvino Bohn Gass está com a palavra.

 

O SR. ELVINO BOHN GASS: Ver. Adeli Sell, na presidência dos trabalhos, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Ver. Todeschini, proponente deste expediente especial, em nome do qual quero saudar os demais Vereadores e Vereadoras presentes a esta homenagem, que consideramos - e representando o Parlamento gaúcho, a Assembleia Legislativa - de uma importância excepcional.

Todos nós sabemos que o programa de Assistência Técnica e Extensão Rural trabalha o acesso da universalização e da democratização para os nossos agricultores, agricultoras ou empreendedores das diferentes atividades agrícolas, que alcança para eles, num processo de interação de um saber, que é um saber popular adquirido historicamente, milenarmente pelos nossos agricultores, pelos nossos produtores, mesclado com o saber científico, profissional, técnico que visa desenvolver, integrar, produzir, preservar ambientalmente um projeto de sustentabilidade, mas fundamentalmente a produção alimentar. E todos nós sabemos que o conceito do Estado mínimo, o conceito de privatização, o conceito de terceirizações, que vigeu, principalmente nos governos neoliberais do País, fizeram com que a nossa Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural, a Embrater, fosse diluída, praticamente destruída, sucateada. Nós temos, em nível nacional, a Embrapa, que é Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, e tínhamos também uma Empresa Brasileira de Assistência Técnica em Extensão Rural, e elas caminham juntas, porque uma faz pesquisa e a outra faz o desenvolvimento dessas atividades para alcançá-las, fazendo a extensão para os agricultores no Brasil. Para dar um exemplo, porque não adianta nós falarmos de uma estrutura se ela não tem dinheiro: no primeiro ano do Presidente Lula, em 2003, nós tivemos no Orçamento nacional para a Assistência Técnica e Extensão Rural, no Brasil, 42 milhões de reais. Nós temos hoje 492 milhões de reais, nós consideramos isso ainda pouco, estamos lutando, no Orçamento, para que haja mais recursos para essa área, mas estamos retomando, em nível nacional, um programa para fazer da Assistência Técnica e Extensão Rural uma política pública de Estado. E isso que é importante, Ver. Todeschini, nós vamos passar de um programa governamental, que hoje tem o reconhecimento por parte do Governo Federal, e por isso que se ampliaram recursos desde o período em que o Ministro Miguel Rossetto era o Ministro do Desenvolvimento Agrário, como também agora com o Ministro Guilherme Cassell, mas não basta que haja um programa de um Governo, nós precisamos ter uma política de Estado. É nesse sentido que tramita no Congresso, em Brasília, um projeto nacional de Ater - Assistência Técnica e Extensão Rural, através do Pnater - Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural e do Pronater - Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural. Com isso, nós instituiremos, em Lei, um programa de uma política pública que vai permitir desburocratizar, portanto, acessar com mais agilidade e apresentar editais. Por exemplo, aqui no Rio Grande do Sul, felizmente, a EMATER foi mantida, mesmo tendo uma desestruturação nacional, a EMATER, nos períodos recentes dos Governos, foi mantida, e o Rio Grande do Sul é um dos únicos Estados que manteve uma EMATER; nós temos poucas Emateres em nível nacional, porque aí permaneciam os Estados mantendo as suas unidades estaduais. Essas Emateres poderão disputar esses editais e serviços a serem prestados, mas frente a uma demanda da agricultura, que, neste momento, investe na questão do frango, investe na suinocultura, investe na bovinocultura, investe na produção do leite, trabalha o tema do biodiesel, das bioenergias, das energias renováveis. Há a questão da merenda escolar, Verª Sofia - há pouco falávamos, ainda -, que é um programa que precisa do planejamento do agricultor; o tema da extensão rural, das extensionistas da EMATER, que fazem um trabalho de integração junto à família rural; os jogos rurais de integração que são feitos; a inclusão do Programa Mais Alimento. Ou seja, o conjunto dos programas que são desenvolvidos na agricultura precisa e carece cada vez mais de assistência técnica e extensão rural.

Então, esse edital permitiria que, além dos órgãos institucionais estatais, pudessem ter representações da sociedade civil e dos movimentos sociais, que, através de entidades registradas, credenciadas devidamente, pudessem participar dessa disputa de editais, para que esses serviços de assistência técnica e extensão rural pudessem ser realizados, ampliados, universalizados, democratizados à população como um todo.

Quando nós falamos da agricultura, Presidente, Ver. Adeli Sell, eu me empolgo muito, e sei também do seu trabalho pelo interior do Estado, nas andanças no Interior; conheces bem a realidade agrícola do Estado do Rio Grande do Sul.

Nós estamos falando do Rio Grande do Sul, nada mais e nada menos de 51% do PIB. O PIB gaúcho na agropecuária é 51%.

Então, se nós falamos, por exemplo, do que aconteceu na Expointer há poucos dias, quando a venda maior dos 796 milhões foi de equipamentos agrícolas, das máquinas e implementos agrícolas, do um bilhão e oito milhões de reais comercializados, foi lá o financiamento para o agricultor. Mas quem teve a vantagem foi a indústria que produziu o equipamento. Quem teve a vantagem foi quem conseguiu ter o emprego, ter mantido o emprego em períodos de crise, ou ampliados os empregos, porque esses programas, em princípio, são dirigidos para o agricultor, mas eles aquecem o conjunto da cadeia produtiva.

Então, quando nós falamos que é importante ter assistência técnica e extensão rural, levar as tecnologias, levar esse saber, trabalhá-lo conjuntamente com o saber que existe naquelas populações que ora são ribeirinhas, ora são indígenas, ora são quilombolas, ora são homens e mulheres que trabalham nas atividades da produção do artesanato, da agricultura familiar, que são as características maiores desta produção, nós estamos falando de algo que dialoga com o maior percentual da produção de alimentos, de gerador de renda e de aquecimento econômico - vide os índices do PIB gaúcho que são demonstrados através da produção da agropecuária. Claro que mais da metade disso é centralmente da agricultura familiar, onde estes agricultores familiares não têm condições - não têm condições - de contratarem escritórios próprios, de fazer projetos, de elaborar projetos, de dar assistência; eles precisam de uma política pública, e, quando nós falamos de subsídios, quando nós falamos de recurso público alocado para essas áreas, é o melhor investimento que podem ter, porque esse recurso é aplicado nas pessoas que vão produzir alimento, nas pessoas que vão permanecer no campo, nas pessoas que vão comprar para aquecer as unidades industriais. Então, este é o melhor dos investimentos que pode ser feito.

Na Assembleia Legislativa nós estamos fazendo um debate, agora, porque nós queremos que o Orçamento do Estado também tenha uma elevação do recurso; nos últimos três anos, nós tivemos um congelamento no valor de 84 milhões de reais; no ano anterior, no quarto ano, portanto, do ano que antecedeu este Governo, nós tínhamos para a EMATER 107 milhões, e este valor no atual Governo reduziu para 84 milhões. Houve também uma demissão em massa, à época, de 400 servidores. Nós estamos, hoje, junto com as entidades que estão aqui representadas, inclusive pela ASAE, pelo Semapi, pelas entidades dos servidores da EMATER, com uma Emenda de 26 milhões para que nós retomemos esse valor ao menos ao que existia à época e que possa dar condições ao Estado de recontratar pessoas para fazer esse trabalho de extensão.

Então, eu quero, em nome da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, em nome da Frente Parlamentar que eu presido na Assembleia Legislativa - da Assistência Técnica e Extensão Rural -, felicitar a Câmara Municipal de Porto Alegre; também pela sua iniciativa, Ver. Todeschini, quero saudar todas as Bancadas que estão aqui representadas, os Vereadores e Vereadoras. Eu sou do Interior, e, quando a gente olha Porto Alegre, parece que Porto Alegre é só cidade e não tem área rural, mas Porto Alegre também tem área rural, e é nessa área rural e nas demais áreas rurais do nosso Estado que nós precisamos desses homens e mulheres que nós estimamos muito e que fazem essa extensão rural acontecer e fazem desenvolver, portanto, o nosso Estado.

Então, em suma, eu acredito que a iniciativa dos Vereadores possa estimular, tanto o reforço da aprovação da Lei em Brasília, que é a Lei que está sendo votada neste momento - aqui cada Parlamentar tem o seu Partido em Brasília, nas suas articulações políticas que podem ser feitas, e esta é uma Casa política - como para que tenhamos aprovado este Projeto em Brasília que institucionaliza a Ater em nível nacional, e para que, no Estado, possamos levar o Orçamento para essa área tão importante. Muito obrigado. Êxito para a assistência técnica e para a extensão rural! (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Esta foi a palavra do Deputado Elvino Bohn Gass, que, aqui, além de ser o Coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Extensão Rural do Rio Grande do Sul, também representa a Assembleia Legislativa do Estado.

Passo a presidência dos trabalhos ao Presidente da Casa, Ver. Sebastião Melo

 

(O Ver. Sebastião Melo assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Agradeço ao Ver. Adeli Sell, nosso Vice-Presidente, por ter conduzido os trabalhos até o momento. Cumprimento o meu amigo Deputado Bohn Gass e os demais participantes da Mesa; todos são muito bem-vindos. Esta proposição do Ver. Todeschini enriquece o debate nesta Casa.

Concedo a palavra ao Sr. Gervásio Paulus, Presidente da Associação dos Servidores da ASCAR/EMATER/RS - ASAE.

 

O SR. GERVÁSIO PAULUS: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Cumprimento o Ver. Carlos Todeschini, em nome do qual quero saudar todos os Vereadores e Vereadores. Cumprimento-o por esta iniciativa de pautar um tema tão relevante, inclusive relevante para o Município de Porto Alegre, porque Porto Alegre, ao contrário do que possa parecer para alguém que, como eu, vem do Interior, também tem uma área rural e tem uma atividade econômica muito expressiva, tem uma intensa produção, sobretudo de alimentos.

Eu quero dizer que há 54 anos, mais precisamente no dia 02 de junho de 1955, nascia a Associação, na época chamada Associação Sulina de Crédito e Assistência Social - ASCAR - hoje é ASCAR/EMATER. E, durante todo esse período, esta instituição passou por distintos enfoques, mas sempre teve como base forte de atuação o trabalho de equipe realizado junto aos agricultores, através dos escritórios municipais, escritórios regionais e escritório central. Talvez a EMATER do Rio Grande do Sul seja uma das raras instituições à qual os seus empregados se referem como “a nossa casa”, o que talvez seja até um sonho de todos os empresários. Essa postura tem muito a ver com a natureza do trabalho que nós exercemos. O nosso trabalho vai muito além de transmitir pura e simplesmente conhecimento técnico para os agricultores assistidos. A verdadeira contribuição se dá - e eu quero lembrar as palavras do grande educador Paulo Freire, quando ele escreveu que comunicação e extensão se dão quando os técnicos se colocam ao lado dos agricultores, estendem as mãos para as sua famílias, para as suas organizações, as quais indicam as demandas. Isso pressupõe que seja um trabalho integrado, um trabalho de equipe, um trabalho de caráter técnico e educativo voltado para a qualidade de vida, para o bem-estar das famílias rurais, que vai muito além da assistência técnica meramente, para além da transmissão de técnicas que são produzidas e geradas em centros acadêmicos e de pesquisas, visando a aumentar a produção e a produtividade, o que também é muito importante.

Mas a natureza do nosso trabalho também envolve métodos não formais de educação, métodos que são dialógicos e participativos. E é quase impossível, nesta perspectiva, em outras palavras, tentar separar a assistência técnica e a extensão rural; seria quase como querer separar a alma do corpo. E essa essência da natureza do trabalho que nós buscamos preservar e resgatar. É justamente por isso que hoje nós estamos lutando, enquanto Associação, enquanto frente de defesa da extensão rural para preservar, para não se perder, sobretudo quando nós estamos diante de um quadro que tem centenas de Municípios, em todo o Estado, com apenas um colega, às vezes na área técnica, às vezes na área do bem-estar social; há dezenas de Municípios sem nenhum colega. Por isso precisamos com urgência resgatar essa capacidade operativa, e isso inclui atividades propriamente ditas de assistência técnica, de extensão rural, de classificação e certificação também; além de todas as atividades de suporte e apoio.

É estratégico, portanto, promover a imediata recomposição do orçamento, como bem lembrou o Dep. Elvino. O orçamento da EMATER em 2006 era de 107 milhões; depois teve uma redução drástica, caindo para 84 milhões em 2007, 2008 e 2009; e para 2010 a proposta orçamentária enviada para a Assembleia Legislativa mantém o mesmo valor congelado. Talvez a EMATER - é importante que se diga - seja uma das instituições que mais sentiu a redução de orçamento para custeio, quando se estabeleceu o chamado déficit zero. Porque havia o entendimento tácito, por parte da Secretaria da Agricultura, de que os recursos repassados para a EMATER sempre seriam para o pagamento da folha. Inclusive, até o ano de 2007 sempre havia suplementação de recursos; a partir de 2007, parou de haver essa vinculação, houve um corte drástico que implicou na demissão de 400 colegas. Hoje já são mais de quinhentos demitidos. E nós temos a mesma proposta prevista para o ano de 2010. Portanto, é estratégico, é vital para a sobrevivência da assistência técnica e extensão rural no Estado, através da ASCAR/EMATER, que se suplementem esses recursos. Esse é o empenho, é o esforço que está sendo feito através de Emenda Popular, possivelmente através de emenda de comissão também, da Agricultura, para que se suplemente, para que se chegue minimamente a um patamar de 110 milhões.

Para finalizar, eu gostaria de dizer que nós sempre vamos ter, em qualquer circunstância, em qualquer situação, no mínimo duas opções e duas escolhas. Uma é de cair no imobilismo, de partir para soluções individuais e de achar que não tem solução mesmo. E a outra, é de persistir na luta, de apostar na nossa capacidade de organização, de articulação política. Eu lembro que esta Casa é uma casa política, todos os senhores Vereadores têm vinculação com Partidos políticos, têm relações estabelecidas com os Deputados Estaduais, e é fundamental, neste momento, que façam valer essa força e essa articulação para auxiliar a EMATER a passar por este momento extremamente difícil, sobretudo de redução brutal de orçamento e de dificuldade de recursos humanos para o trabalho.

Eu quero reforçar que, com muita seriedade, com muita responsabilidade, com muita ética, a Associação dos Servidores da ASCAR/EMATER se coloca ao lado dessa luta. Os maiores perdedores não são sequer os trabalhadores diretos da extensão rural; estamos convencidos de que os maiores perdedores, se continuar essa política, serão os agricultores familiares e a sociedade gaúcha como um todo.

Encerro, agradecendo pela oportunidade; muito obrigado, e desejo vida longa à EMATER e à extensão rural no Rio Grande do Sul. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Muito obrigado, Gervásio.

A Srª Águeda Mezomo, diretora técnica da EMATER, está com a palavra.

 

A SRA. ÁGUEDA MEZOMO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quando nos propuseram a vinda a esta Câmara de Vereadores para este expediente, foi com alegria que recebemos o convite, pois entendemos que a extensão rural é fundamental para o despertar das potencialidades da agricultura familiar, hoje, no nosso Estado. Nós temos um contingente expressivo de número de público atendido, aumentamos em 15% o público atendido e chegamos ao número de mais de 287 mil famílias. Isso mostra a força que a extensão rural gaúcha tem, que é referência em nível nacional pelos motivos que o Deputado colocou anteriormente: só temos duas Emateres hoje no Brasil que são privadas, e a EMATER do nosso Estado é privada e mantida, através de um convênio, com o Governo do Estado, onde este repassa mais de 80% dos recursos; além disso, temos convênio com as Prefeituras Municipais que um repassam recurso bastante importante à instituição, e recursos vindos do Governo Federal, que também fazem a diferença no trabalho de extensão rural. Por que é importante, hoje, falarmos em extensão rural e em agricultura familiar? Nós temos hoje, no público da agricultura, 68% das famílias de agricultura familiar, onde atendemos desde indígenas, quilombolas, famílias assentadas pela Reforma Agrária, pecuaristas familiares e os agricultores familiares. Sempre buscamos expandir esse público atendido, por isso aumentamos em 15%. Estamos presentes em 485 municípios do Estado, e talvez seja a instituição que tenha a maior inserção hoje junto aos Municípios. Aqui em Porto Alegre, temos uma área rural expressiva, onde houve a primeira produção de vinho, a qual foi exportada para os Estados Unidos. Muitas vezes a gente acha que é Caxias ou Bento que iniciou a atividade do vinho; e não é, foi Porto Alegre que iniciou. Nós temos uma área rural rica, e sempre se busca, nessa área rural, despertar mais atividades primárias. Hoje temos a Festa do Pêssego, que os senhores Vereadores conhecem muito bem, temos o turismo rural, alternativas como o artesanato. Então, quando se fala em agricultura, as atividades primárias se confundem, desde a produção de grãos, como a pecuária de leite, até atividades que a gente chama de não agrícolas, como o turismo rural, o artesanato, mas que são atividades que trazem renda para essas famílias e que hoje a gente sabe que são fundamentais para o resultado do PIB do nosso Estado. Sessenta por cento dos Municípios gaúchos possuem atividades ligadas ao setor primário como carro-chefe, e 50% delas tem uma colaboração expressiva na composição do PIB, possuem seu PIB maior em 50% dos Municípios, e hoje percebemos que a mudança da matriz produtiva que vem ocorrendo no Estado é fundamental para que ampliemos esse serviço e ampliemos esse atendimento. Então, hoje temos mais de 1.600 colaboradores que atuam no serviço da extensão rural e que trazem um resultado bastante expressivo. Vou deixar para os Srs. Vereadores um relatório de atividades de 2008, onde estão compiladas nossas principais ações, ações que hoje são fundamentais para o desenvolvimento da agricultura gaúcha. Quando a gente fala em orçamento, é claro, o que se almeja para uma empresa? Que a empresa cresça cada vez mais em seu orçamento e no seu corpo funcional; quanto mais tivermos orçamento mais conseguiremos crescer em colaboradores, e, consequentemente, mais em serviços.

É notável o que a população gaúcha vem crescendo, e nos Municípios isso dá um resultado maior em termos de necessidade de colaboradores para atuar no serviço de extensão rural. Então, Deputado, Presidente e Vereadores, estamos juntos nessa proposição de aumentarmos o orçamento da EMATER, buscando fontes alternativas. Se fizermos uma projeção de quanto recebíamos, a partir de 1990... Em 1990, 70% dos recursos da EMATER, não só do Rio Grande do Sul, mas de outras Emateres do Brasil, provinham do Governo Federal; hoje, pelos motivos também que o Deputado colocou, houve uma inversão nos fatos. Hoje, o maior recurso é vindo do Estado, os 80% que coloquei. Então o que a gente busca? Ampliar a nossa Receita junto aos Governos Estadual, Municipal e Federal, porque acreditamos que a extensão rural é prioritária para o Estado e para o Brasil, porque se tivermos uma política nacional única de Ater - que é o que a gente busca hoje, uniformizar a política nacional de Ater -, nós teremos resultados não só para o Estado, mas para o País também, buscando potencializar, despertar novas atividades do setor primário e gerar renda. Então, nós elencamos doze frentes programáticas para o biênio 2009-2010, de atuação da EMATER, entre elas, é a questão das matrizes produtivas, em que se buscam novas oportunidades de renda, de negócio e também do agronegócio. Porque se formos fazer uma análise da situação urbana, hoje, nós temos muitas famílias saindo do meio urbano e retornando ao meio rural. E, por isso, nós temos de ter alternativas para essas famílias que estão num processo inverso. Por isso, uma das prioridades é vermos essa possibilidade de crescimento de atendimento, com a conversão ou reconversão - como queiram chamar - desse processo, o qual passamos de uma migração do rural para o urbano, e hoje nós temos o inverso: do urbano para o rural.

Então, eu acredito que, juntos, o Poder Público, a iniciativa privada, a extensão rural, os Vereadores que estão aqui, todos hoje presentes, nossos Deputados, fazem toda a diferença na luta, na motivação e no despertar de novas oportunidades para o agronegócio gaúcho.

Eu quero parabenizar e também felicito a toda essa Bancada da Câmara Municipal de Vereadores que teve essa brilhante ideia de trazer para uma Cidade, para uma Capital como Porto Alegre um tema tão importante tanto para Porto Alegre, quanto para os Municípios gaúchos, de trazer à tona esta discussão do serviço da extensão rural.

Agradeço pelo empenho de todos vocês, e coloco a EMATER à disposição para que, além de vocês estarem recebendo esse relatório, vocês possam nos visitar e conhecer um pouco mais do que a EMATER gaúcha vem fazendo pelo nosso Estado. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.). É um privilégio muito grande abrir este debate, Ver. Todeschini, proposto por V. Exª, para tratar da extensão rural e da importância de desenvolvimento econômico nessa área da produção primária, e mais particularmente da questão da pequena agricultura. E nós, Águeda - como tu colocavas muito bem anteriormente -, essa maravilha que é a nossa chamada zona rural, parte dela já rururbana, mas nunca perdendo as características notáveis de uma pequena produção. E eu tive o grande prazer de ter sido, por curtos 15 meses, Secretário Municipal da Secretaria Municipal de Indústria e Comércio, e tive a honra de refazer uma parceira, dando um salto maior na parceira da Prefeitura com a EMATER.

Deputado Bohn Gass, foi extremamente importante ver a EMATER empenhada, e seus profissionais empenhadíssimos, em nos ajudar na produção rural em Porto Alegre. Nós temos, anualmente, a Feira da Uva e da Ameixa, no início do ano; mais para o final do ano a nossa conhecidíssima Festa do Pêssego, afora um conjunto de feiras-modelo e de outras feiras, que, muitas vezes, trazendo os produtos sazonais aqui da Zona Sul de Porto Alegre para serem vendidos diretamente para as pessoas no Centro de Porto Alegre.

Acho que nós temos que continuar nessa trilha e aprofundar essa relação. Hoje está em curso um processo por que eu sempre batalhei muito, Ver. Ervino Besson, V. Exª que conhece bem, que é a questão da piscicultura, tão desenvolvida, pelo menos na minha opinião, em Santa Catarina - e lembra bem o Ver, Ervino Besson -, como a questão do incentivo à produção da floricultura, já que nós somos a Capital que tem o maior consumo per capita de flores do Brasil. Muitas vezes, as flores são trazidas de Holambra, de São Paulo, e de outros lugares, e nós temos aqui um conjunto de microclimas no Estado, mas especificamente em Porto Alegre para essa produção. Nós temos aqui o Décio Schauren, que já foi nosso Vereador, hoje é um produtor de flores, lá no Rincão, que eu conheço muito bem. É um bom exemplo de como é possível fazer de uma pequena propriedade uma grande produção, inclusive que dê sustentação não apenas a quem ali trabalha, mas pode, inclusive, empregar outras pessoas do entorno, especialmente empregar mais pessoas em determinados momentos do ano, nas produções sazonais.

Falo também da questão da apicultura. Na semana passada, protocolei dois Projetos de Lei, inclusive discutidos com servidores da EMATER, da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, SMIC, SMAM, e com profissionais da Universidade, porque nós temos que cuidar muito dessa questão da apicultura. Os Estados Unidos estão numa crise brutal nessa área por terem matado muitos dos enxames que começaram a se colocar em alguns lugares; evidentemente, que em cidades podem ser inadequados, mas há condições de manejo.

Nós estamos duas leis municipais que tratam dessa questão. Uma é sobre a produção - e, para que todo mundo entenda a linguagem - das chamadas abelhinhas sem ferrão, que podem ser colocadas em qualquer lugar, não há problema algum, mesmo na zona mais densamente habitada; e as outras abelhas, que devem ser remanejadas para essa área da Zona Sul, chamada área rural. Temos as condições técnicas para isso, e vejo que vamos conseguir desenvolver, porque Viamão, que é nossa vizinha, já está discutindo o mesmo Projeto, acabamos de passar para alguns Vereadores e para o Prefeito Municipal, quem sabe depois para Gravataí, porque esse cinturão em torno de Porto Alegre é bem apropriado para isso. E nós, se combinarmos isso com uma produção de flores e se mantivermos esse embate permanente do plantio de árvores em Porto Alegre, teremos plenas condições de desenvolver esse tipo de produção que é a apicultura, que pode, às vezes, parecer meio estranho para as pessoas, Ver. DJ Cassiá, mas isso é Porto Alegre, essa é a nossa diversidade, essa é a nossa riqueza, esse é o nosso encantamento.

E nós temos em vocês, particularmente os servidores da EMATER, um verdadeiro trem de energia, de constância, para que possamos levar adiante esses Projetos. Então, para nós é extremamente importante que possamos utilizar este período, agora, para fazermos este debate. Fico muito feliz em tê-los aqui nesta tarde. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Cumprimento também a Clélia, que representa a Associação dos Extensionistas da EMATER. Este tema está muito bem posto pelas falas do Deputado Elvino, da Srª Águeda, do Sr. Gervásio e também pelo Ver. Adeli, porque a EMATER, o serviço de extensão rural - e o tema são os impactos da extensão rural no Rio Grande do Sul e em Porto Alegre -, é um serviço público que pode fazer e faz a diferença. Quando eu estava no Escritório da EMATER em Palmares, assim como em outros lugares - a EMATER está em 495 cidades do Rio Grande do Sul - era dito que ter uma equipe da EMATER faz uma grande diferença, Presidente Melo, porque, muitas vezes, o técnico da EMATER ou a equipe da EMATER tem mais autoridade que o Prefeito; isto é real, porque eles permanecem e transformam os lugares, transformam a cidade, transformam a economia, distribuindo e desenvolvendo conjuntamente com os produtores, com os agricultores, com os produtores familiares, as vocações naturais, os potenciais daquelas regiões. E como ela está espraiada por todo o Estado, muito do que se tem do acumulado do desenvolvimento, do sucesso do Rio Grande do Sul, de nossa agricultura, é pelo trabalho de extensão da rural, da difusão tecnológica feita pelos competentes profissionais e técnicos.

E mais recentemente a incorporação, em especial a partir do Governo Olívio, o trabalho com os públicos especiais: os quilombolas, os indígenas, os assentados da Reforma Agrária, os pescadores, que nunca tiveram visibilidade e que agora estão tendo. Isso também faz a diferença, porque a EMATER é aplicadora dos programas públicos; ela orienta, aplica e fiscaliza a boa e correta aplicação das políticas e dos programas públicos de financiamento, de tecnologia e extensão.

Então, nós temos, sim, tudo a ver; Porto Alegre é a primeira instituição do Rio Grande do Sul. Esta Câmara é anterior à Prefeitura de Porto Alegre, anterior ao Poder Executivo, anterior ao Governo do Estado, porque quem nomeava os Governadores era a Câmara de Porto Alegre. Foi a Câmara de Porto Alegre o primeiro Poder instituído no Rio Grande do Sul. Portanto, nós queremos aqui, simbolicamente, também somar esforços na direção de defender a importância e os impactos produzidos pela extensão rural no Rio Grande do Sul, que precisa, sim, de mais orçamento, que precisa de revigoramento dos serviços, que dependem de o Governo Municipal ser mais parceiro, que depende de o Governo Estadual também alocar recursos e que depende da consolidação do Governo Federal, através da Lei de Ater.

Só para ilustrar, para dar uma ideia, concluindo aqui a minha fala, em 2000, eu assumi a Direção-Geral do DMAE, quando me licenciei da EMATER. E em visita, à época, ao Presidente Lino de David, nós discutindo as tarefas e o orçamento, ele me apresentou o orçamento da EMATER: em 2000, era de 80 milhões de reais. O orçamento do DMAE era 160 milhões de reais, o dobro. Hoje, o orçamento do DMAE é de 340 milhões, e o da EMATER, nove anos depois, continua sendo de 80 milhões. Isso fez que com perdêssemos 400 profissionais e um espaço que precisa ser recuperado para a economia, para o desenvolvimento e para o apoio da agricultura familiar, dos públicos especiais.

E, por último, é importante esse alerta que a Águeda faz, porque nós estamos fazendo um movimento inverso. Todos aqueles que foram para as áreas urbanas começam a retornar para o Interior, Melo, buscando as alternativas de qualidade de vida, de geração de renda e de sobrevivência no ambiente originário. Então, esse é um movimento que precisa ser visto por todos nós. Obrigado pela atenção de todos. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É importante a visita de vocês hoje aqui nesta Casa, é de extrema importância! Quero parabenizar o Ver. Todeschini por esta brilhante iniciativa. Deputado Elvino, um momento como este dentro dos Parlamentos, não só aqui na Câmara Municipal, mas na própria Assembleia Legislativa do Estado, eu vejo como de grande importância para a nossa produção primária, para o nosso produtor. Será que esse grande êxodo rural que temos aqui no nosso Rio Grande, Ver. Ferronato, é porque está faltando uma aproximação dos Parlamentares e da EMATER? Uma grande parceira foi a EMATER, Deputado, quando fui Diretor da Ceasa, fizemos um trabalho muito próximo ao nosso produtor, quero destacar isso. Acho que V. Exª está dando um exemplo de como um Parlamentar deve se comportar, principalmente quem conhece a nossa produção primária.

Em Porto Alegre, acho que a Câmara Municipal, juntamente com a Prefeitura e com a SMIC, faz um belo trabalho, Deputado, para a recuperação da nossa área produtiva. Porto Alegre, hoje, só perde para Palmas, no Tocantins, que foi uma cidade que se formou no meio da floresta. Então, vejam a importância que tem Porto Alegre na área produtiva!

Porto Alegre tem aproximadamente dez mil cavalos. Olhem, são dez mil cavalos! Temos esse dado aproximado pelos eventos que acontecem, as cavalgadas, como no último domingo, quem teve a oportunidade de assistir viu a quantidade de animais que temos aqui em Porto Alegre, e que são da nossa área rururbana. São aproximadamente dez mil cavalos E nós criamos - eu digo nós, porque nós somos desta Cidade, pertencemos a esta Cidade - desde galinha até búfalo. E numa produção que está em crescimento, no decorrer do tempo, pelo apoio da EMATER - eu quero destacar -, do próprio órgão da Prefeitura, da própria Câmara Municipal.

O que o nosso produtor quer, meu caro Deputado? O nosso produtor é pessoa simples, é tão simples que pede tão pouco para os Governos, apenas quer condições de vender os seus produtos. É isso o que eles querem: condições facilitadas para vender os seus produtos, para que eles tenham um retorno maior e, assim, possam investir em cima das áreas produtivas.

Quanto ao que a Águeda falou que nós exportamos vinho hoje, produzido aqui, nós saímos daqui de automóvel e, em quinze minutos, estamos numa área que produz vinho que é exportado para países de Primeiro Mundo! Aqui em Porto Alegre!

Estamos agora próximos da Festa do Pêssego, temos a Festa da Uva e da Ameixa. E Caxias? Hoje, meu caro Deputado, Caxias é conhecida praticamente no mundo inteiro! E, pelo que me recordo, o Presidente Lula e outros Presidentes deste País sempre se fizeram presentes na abertura da Festa da Uva, em Caxias! Onde iniciou a Festa da Uva? Foi aqui na Vila Nova, em Porto Alegre, Todeschini; Porto Alegre deu início. Começou na Igreja da Vila Nova, dali vinha até a Igreja de Teresópolis, com o pessoal numa carroça, distribuindo uva e vinho. Aí, Caxias se antenou e criou a Festa da Uva lá! Olhem a economia de Caxias! E a Festa da Uva foi a grande alavanca para o crescimento econômico de Caxias!

Caro Deputado, eu quero parabenizar V. Exª, a EMATER, a sua equipe, os que vieram aqui hoje dar uma demonstração de cidadania, de como se deve trabalhar, principalmente, ao lado daquelas pessoas que produzem o nosso alimento do dia a dia. Parabéns!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. Ervino Besson.

O Ver. Airto Ferronato está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu quero dizer que, quando fui Vereador, de 1989 a 1996, Porto Alegre era a maior área rural em termos de Capital brasileira. Claro, Ver. Ervino Besson, V. Exª já falou, hoje perdemos em extensão de área para Palmas, pela característica daquela Capital. Mas a característica de Porto Alegre merece uma pausa, uma reflexão toda especial: uma cidade-Capital, com milhões de almas vivendo aqui, e ainda temos uma extensão rural belíssima. É uma referência para a nossa Cidade, o nosso Estado e para o nosso País. Éramos, e acredito ainda que somos, o maior produtor de pêssego de mesa. Produzimos pêssego, uva, temos uma série de produtos importantíssimos aqui na nossa Cidade, pela característica que já afirmei.

Sou, de outro lado, filho de pequeno agricultor, nasci e me criei no interior do Estado, ainda hoje vou praticamente toda semana ao Interior. E, lá no Interior, em Dr. Ricardo, poucos aqui talvez ouviram falar, mas lá nós temos uma unidade da EMATER. Eu sei - vou lá, converso com o pessoal - da importância daquela unidade da EMATER para o Município, mas muito especialmente para o agricultor daquele Município.

Por isso eu ouvi atentamente a exposição que V. Exa fez, e quero dizer da importância da EMATER, porque, se o agricultor precisa buscar 20 mil reais emprestados para o custeio, é o técnico da EMATER quem o assessora, e, às vezes, ou na maioria das vezes, ou sempre, é ele que elabora, inclusive, o projeto.

Portanto, é importante nós, Vereadores de Porto Alegre, sabermos da importância desse organismo para a agricultura no Estado do Rio Grande do Sul, a importância da EMATER nessas comunidades. Se isso é, e acontece assim, é porque o agricultor precisa da EMATER nesses momentos.

Então, a partir dessa reflexão, trago aqui os nossos cumprimentos, e quero dizer que é verdade, somos favoráveis. O Rio Grande do Sul precisa ter a EMATER presente, bem aparelhada, material e pessoalmente, em todo o Estado e em todos os Municípios do nosso Rio Grande.

A outra reflexão que faço, até porque todos sabem, falo quase sempre, estou escrevendo uma tese sobre o pequeno produtor, e acompanhei até pouco tempo: é necessário que o Governo, nos três níveis, valorize a função do pequeno produtor. Só um exemplo: se um agricultor de Porto Alegre ou de Dr. Ricardo precisa buscar 20 mil reais para custeio da sua lavoura, os técnicos, enclausurados numa sala - parabéns, Ver. Todeschini, pela oportunidade que nos dá de refletir sobre este tema - os técnicos da área financeira, enclausurados numa pequeníssima e talvez bela sala aqui em Porto Alegre, pedem hipoteca! Será que pedem hipoteca para a GM, para a Ford, a Gerdau? Não, não pedem. Só que, além de pedir a hipoteca, essas instituições financeiras pedem uma vez e meia o valor do empréstimo! Repito: uma vez e meia o valor do empréstimo! São verbas federais do Governo que apoiamos.

Mas será que isso está certo, num País que precisa do pequeno produtor? Não está. Não, definitivamente não, não está! Há tanta facilidade para ajudar o grande produtor neste País, e, quando se pedem 10 mil reais de empréstimo para colocar na produção rural, é preciso a hipoteca de uma vez e meia o valor do empréstimo! Tem que acabar com essa ladainha de só ajudar o grande! Este País não vai crescer - ou melhor, vai crescer, sim, mas para dois ou três -, e vai continuar na mesmice como sempre se fez e ainda se está fazendo. É preciso facilitar o capital de giro para os pequenos! Um abraço. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Anuncio, para a nossa alegria, a visita orientada da Escola Municipal de Educação Infantil Parque dos Maias II, Jardim B. Temos aqui 25 alunos, com a Profª Andréia, responsável pela turma. Essa atividade faz parte do Projeto de Educação Política que o Memorial desenvolve com as escolas de Porto Alegre. Obrigado ao nosso pessoal do Memorial, em especial ao Jorge e sua equipe.

Agradecemos, mais uma vez, pelo esforço dos alunos dessa Escola em conhecerem a Câmara Municipal.

O Ver. Toni Proença está com a palavra em Comunicações, por transposição de tempo com a Verª Sofia Cavedon.

 

O SR. TONI PROENÇA: Ver. Adeli Sell, na presidência dos trabalhos, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Agradeço muito à Verª Sofia pela transposição de tempo.

Quando se anda pelo interior do Rio Grande e em qualquer canto do Rio Grande, seja na Serra, pelos Campos de Cima da Serra, pelo Planalto, pela Campanha, enfim, pelos pagos do Rio Grande, dificilmente, quando se está no campo, na zona rural, vemos miséria; vemos pobreza, mas miséria nunca se vê. E não vemos miséria, porque, em qualquer pedacinho de campo, há um animalzinho para criar, uma vaquinha para tirar leite, um porquinho de criação, algumas galinhas, pequenos animais, uma pequena horta, uma pequena lavoura, e em todas elas tem a mão da EMATER. E bem disse aqui o Ver. Ferronato de que neste País, onde é tão fácil ajudar os grandes, é também tão fácil se tirar apoio dos pequenos. Onde se faz contingenciamento, onde se faz restrição de gasto, podem ter certeza, onde se economiza é naquilo que se dá apoio aos pequenos. É uma lógica atravessada.

Infelizmente, tivemos que viver uma crise internacional da economia que gerou desemprego, que gerou recessão, enfim, gerou sofrimento para muitas populações - felizmente o Brasil estava preparado para enfrentar essa crise com um pouco mais de altivez, com mais soberania e com menos traumas, mas também sofremos os efeitos da crise. Mas foi preciso que essa crise se instalasse para que pudéssemos finalmente fazer muita gente entender que o Estado não pode ser mínimo, que o Estado tem que estar presente; o Estado não pode ser totalitário, ele tem que estar presente, ele tem que ser parceiro daqueles que produzem, daqueles que desenvolvem cientificamente, daqueles que educam. Enfim, tem que ser parceiro do empreendedorismo da sociedade. É isso que faz a EMATER; a EMATER é um belo exemplo de parceria entre o Estado, uma empresa composta por vários técnicos, e o pequeno agricultor - e não só pequeno, o médio agricultor. Eu tenho na família alguns pequenos agricultores, não chegam bem a serem médios, mas que tem no técnico da EMATER a assessoria devida para desenvolver uma pecuária e uma agricultura de alto nível. E é totalmente assistida tecnicamente pela EMATER, apoiada, sem custo. Às vezes, a gente fica surpreso com o desenvolvimento de tecnologias em pequenos lotes urbanos e rurais, e quando perguntamos de onde vem essa tecnologia - porque estamos acostumados, temos acesso à informação -, respondem que foi desenvolvido por técnicos da EMATER.

Portanto, Deputado Elvino, tenha nesta Câmara, com certeza, o apoio total a essa iniciativa, e tenham os técnicos da EMATER a certeza de que vocês merecem o nosso apoio, principalmente porque a EMATER de Porto Alegre tem um bom trabalho na área rural, luta que o Ver. Dib tem para trazer de volta a área rural de Porto Alegre - e tenho certeza que é um debate que vai-se estabelecer muito rápido nesta Casa - e tenham todos o nosso apoio, a nossa parceria para tentar sensibilizar as autoridades para aumentar o orçamento da EMATER para que ela possa continuar prestando os bons serviços que vem prestando a todo o Estado. Parabéns pela luta, conte conosco. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Vice-Presidente da Casa, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, prezado Deputado Elvino, representantes da EMATER, eu vim aqui fazer o registro do orgulho que tenho dessa Empresa gaúcha, do trabalho que faz, e da excelente experiência que tive com a EMATER, quando Secretária de Educação, em parceria com o Ver. Adeli Sell, que ele era Secretário da SMIC, nós percebemos a qualidade da intervenção, a militância - eu chamaria de militância - dos funcionários da EMATER por alimentação saudável, por educação alimentar, educação ambiental. Eu vejo que são profissionais não com um perfil técnico restrito, mas com um perfil, eu diria, integral, universal, eu diria um olhar holístico, um compromisso com o desenvolvimento, mas um desenvolvimento de fato inclusivo, sustentável, e que traga qualidade de vida.

Nós vivemos a experiência da compra direta de produtos hortifrutigranjeiros para a alimentação escolar, uma experiência piloto de um ano em três escolas. E tivemos da EMATER uma orientação técnica maravilhosa, mas, principalmente, uma intervenção junto aos professores, junto aos técnicos da alimentação escolar, uma capacidade didática, muito acúmulo para ensinar, para orientar a potencialização do uso dos alimentos; essa relação com a produção, com os produtores, uma parceria, que eu diria importantíssima. E, nesse sentido, fica aqui o nosso desafio. Eu falava para o nosso Deputado Elvino, o Ver. Todeschini, Ver. Adeli, nós agora temos legislação que garante que um terço dos recursos da alimentação escolar do Governo Federal devam, inclusive, ser utilizados com a agricultura familiar. Em Porto Alegre, esse Projeto cessou, inclusive, a argumentação do primeiro Governo Fogaça era técnica, era de falta de respaldo para fazer esse tipo de repasse de recurso, em função da Lei das Licitações, acho que hoje essas barreiras acabaram. Na época, Ver. Todeschini, 21 agricultores tiveram que se organizar para fornecer os hortifrutigranjeiros para três escolas, que, de fato, é um desafio para os agricultores conseguirem estocar, organizar a produção, a entrega, já que esse tipo de atendimento em Porto Alegre não é um atendimento comum, mas é um estímulo importante. Hoje, a maioria dos produtos acabam sendo vendidos por empresas atacadistas de São Paulo para a Prefeitura de Porto Alegre, que compra tudo junto. Então, nós temos um grande recurso que nós podemos redirecionar para a agricultura familiar de Porto Alegre. Como vários aqui falaram, que nos orgulha, que a nossa Capital é uma das únicas, ou talvez, a única Capital com tamanha zona de produção rural, o que é qualidade de vida para uma Capital como a nossa, e o papel que a EMATER tem nesse sentido tem que ser aqui muito reconhecido.

Por fim, quero dizer do nosso espanto com o desmonte que nós vimos assistindo. O Ver. Todeschini vem denunciando, há alguns anos, o que o Governo do Estado vem fazendo com a EMATER; se desmonta um órgão dessa qualidade, cortando recursos, Deputado Elvino, e eu sei da luta dos nossos Deputados para evitar que isso aconteça. Isso, para mim, é um desastre para o Estado do Rio Grande do Sul. Eu tenho um irmão que é Engenheiro Agrônomo da EMATER no menor Município do Estado, e quando ele relata que eles entram nos açudes, que eles fecham os açudes junto com os pequenos proprietários, que eles ensinam a potencializar os empreendimentos, eu fico encantada, eu fico emocionada, pois isso significa alimentação do nosso povo, significa qualidade de vida, significa renda, significa manutenção das famílias no campo.

Então, para mim, a EMATER é uma empresa estratégica para o nosso Estado, fica aqui o meu repúdio às políticas de desmonte da Governadora Yeda, e a força, Ver. Todeschini - eu sei que tu também és da EMATER - que a Câmara de Vereadores puder dar, nos somaremos para reforçá-la. Parabéns pela resistência de vocês, parabéns pela temática aqui trazida, e muito obrigada por serem tão importantes para a nossa saúde e qualidade de vida no Estado do Rio Grande do Sul.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Nós queremos, ao finalizar este período temático, estender os cumprimentos ao Ver. Todeschini, que nos oportunizou este momento, cumprimentar o Deputado Bohn Gass pela sua presença aqui na Câmara, o Gervásio, a Águeda e o Claudinei. Este é um tema muito rico, e o nosso Rio Grande deve muito, muito à agricultura, deve muito à EMATER. A nossa Cidade magnífica é impar, porque consegue ter esse casamento, Ver. Todeschini, de 25% a 30% da sua área ser uma área ainda rururbana, que bom que continue sendo assim. Acho que nós, da Câmara, temos feito a nossa parte, quando, muitas vezes, nos debruçamos na questão, primeiro, do imposto, que acabamos zerando, em um processo muito colaborativo da Prefeitura, da Câmara, para que o nosso produtor rural fosse livrado desse imposto. Mas acho que isso é muito pouco, tem que ter, sim, uma política agrícola para o Município, e sei que esta política existente hoje, pela SMIC, pela Prefeitura, deve-se muito à parceria da nossa EMATER. Portanto, quero cumprimentar cada um dos senhores pela grande contribuição que tem dado ao nosso Estado, e dizer que a nossa Casa é parceira, sim, de verdade, e tem contribuições a dar. Portanto, um abraço muito fraterno a todos. Suspendemos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h55min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo - 16h): Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão.

Neste momento, em Comunicações, prestaremos uma homenagem pelo transcurso do 106º aniversário do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, de autoria do Ver. Alceu Brasinha. Esta Casa honrosamente faz o reconhecimento a este grande time que é o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense pelos seus 106 anos de existência. Convido para compor a Mesa o Sr. Duda Kroeff, Presidente do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense; o Deputado Paulo Odone, Secretário Extraordinário da Copa do Mundo de 2014, ex-Presidente do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, representando neste ato o Governo do Estado; O Dr. Ricardo Gothe, Secretário Adjunto da Secretaria Municipal do Planejamento; do Sr. César Pacheco, Vice-Presidente do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense; do Sr. Luiz Moreira, Diretor Administrativo do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense; do Sr. Raul Régis de Freitas Lima, Presidente do Conselho Deliberativo do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense; a Srª Ema Coelho de Souza, Conselheira e Diretora do Memorial do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense; o Sr. Haroldo Santos, Coordenador de Comunicação do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. Saúdo a presença dos Conselheiros Paulo Rossi e Oswaldo Fett; do Sr. Rafael Pfeiffer, Assessor de Comunicação; e do Cel. Marcelo Cantagalo, representando, aqui, o Exército.

O Ver. Alceu Brasinha, proponente desta homenagem, está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Para mim é uma grande honra - e esta Casa também se sente muito honrada - fazer esta homenagem a este Clube que tanta alegria nos dá. Quero agradecer ao Presidente, Ver. Sebastião Melo, que tão logo eu protocolei o pedido, suspendeu a agenda e concedeu esta homenagem.

Também agradeço a presença do nosso querido César Pacheco; do Presidente Duda Kroeff; do querido Moreira, que tanto trabalha pelo Grêmio. Presidente Duda Kroeff, esse homem passa um trabalho impressionante nos dias de jogos, pois todo o mundo o chama: Moreira para cá, Moreira para lá; e o Moreira consegue desempenhar um trabalho espetacular.

Eu quero dizer que fico muito emocionado em fazer esta homenagem ao Grêmio, e agora mais, pois o Presidente Duda Kroeff era também um torcedor de futebol, filho do patrono. Imagine, Presidente, ter esta oportunidade de homenagear o senhor - e agradeço aos meus colegas Vereadores que permitiram esta homenagem.

Eu era um menino que veio de Três Passos, de uma família em que só eu era gremista! Só um gremista, os outros todos eram colorados. Meus 11 irmãos eram colorados! É terrível! Eu digo para minha mãe: “Mãe, o único feliz e cheio de alegria e felicidade sou eu, por Deus me conceder a oportunidade de ser torcedor do Grêmio”. E mais ainda: lembro de quando cheguei em Porto Alegre, do primeiro jogo a que tive oportunidade de assistir: foi um momento grandioso para mim; saí de lá apaixonado, definitivamente apaixonado, e jamais deixei de gostar do Grêmio. Que coisa mais linda ver aquela torcida, aquele jogo e as pessoas torcendo! Confesso que foi a minha verdadeira igreja, Ver. Sebastião Melo: uma igreja azul da qual a gente gosta de verdade e ama muito. E, agora, fazemos esta homenagem pelos 106 anos do Grêmio. Quem sabe por quantos anos mais teremos a oportunidade de homenageá-lo?

Eu estou emocionado, porque, no dia 15 de setembro, aniversário do Grêmio, é o aniversário do querido Ver. Tarciso, ele que teve o privilégio de jogar pelo Grêmio e ainda de fazer aniversário no mesmo dia do Grêmio. Que coisa espetacular, Ver. Ervino!

Quero pedir desculpas ao Presidente Duda Kroeff por me emocionar muito e por sair com aquele caminhão tocando muito alto o Hino do Grêmio! Quantas reclamações houve! E o Presidente nunca me disse sequer uma palavra contra o meu barulho. Então, quero lhe dizer, Presidente: muito obrigado! Muito obrigado a esta nação gremista, ao torcedor que está aqui! (Palmas.)

Ser gremista é uma virtude, e amar de verdade o Grêmio - Presidente Sebastião Melo, me permita - é bom demais! O senhor não imagina o quanto é bom ser gremista! O quanto é bom! Quantas vezes eu viajei atrás do Grêmio? Quantas vezes eu ando por aí apaixonado pelo Grêmio? Vou ao mundo inteiro se tiver de ir!

Mas, Ver. Ervino, quero lhe dizer uma coisa: esta nação gremista, esses torcedores, estes dirigentes que estão aqui são dirigentes de garra e que só nos dão alegria! Muito obrigado, Presidente; muito obrigado, Moreira; muito obrigado, Pacheco; muito obrigado, meu amigo, lá; à senhora, também, muito obrigado, porque vocês, realmente, têm esse dom de dirigir o Grêmio! E eu, como um torcedor que ama de verdade o Grêmio, quero dizer aqui para todos vocês: o Grêmio vem aí! E pode ter certeza absoluta, Ver. Reginaldo Pujol: nós vamos ser campeões brasileiros este ano novamente! Com a garra, com a determinação que os atletas têm, com a Comissão Técnica, com esta Direção competente, que vem fazendo um trabalho espetacular, podem ter certeza absoluta: esses torcedores são iguais a mim, torcem muito pelo Grêmio e querem ver o Grêmio, mais uma vez, campeão brasileiro, em homenagem pelos 106 anos!

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Brasinha, a grandeza das pessoas também é demonstrada num momento como este em que V. Exª está emocionado. Quero cumprimentar o Presidente Sebastião Melo, os colegas Vereadores. Cumprimento o Presidente Duda e, em nome dele, cumprimento toda a Diretoria do Grêmio, os seus atletas, os seus associados, enfim, este clube que forma uma grande família.

A família Kroeff tem uma história muito longa, muito bonita em Porto Alegre, nós a conhecemos não é de hoje, mas ao longo dos anos. E o Duda, que preside uma entidade como o Grêmio, Ver. Brasinha, sem dúvida nenhuma é um orgulho para a Cidade e um orgulho para o Rio Grande.

E eu que sou um dos frequentadores da propriedade dele, Ver. Brasinha, a qual ele gentilmente nos cede, de vez em quando, quero agradecer, de público, a essa querida pessoa que é o Duda Kroeff, esse ser humano extraordinário, que também tem um coração extremamente gentil, um coração que também divide as alegrias e o seu sofrimento, porque ele tem uma grande responsabilidade de dirigir esta grande agremiação que é o Grêmio Porto-Alegrense. Duda, que Deus te ilumine nessa caminhada, nesse desafio para guiar a tua Diretoria. Um abraço muito fraterno a todos. (Palmas.)

 

O Sr. Tarciso Flecha Negra: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Brasinha. Boa-tarde, Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; ao Duda, nosso Presidente do Grêmio, esta instituição maravilhosa que se chama Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense - mas é o Grêmio mundial. E, cumprimentando o Duda, quero cumprimentar todo o mundo aqui: o César, nosso Vice-Presidente; o Dr. Raul, que foi meu Diretor, na época; a Dona Ema; o Moreira. E quero cumprimentar essa imensa nação tricolor, que, neste mês completa 106 anos. Que maravilha! Mas eu quero falar um pouco de mim e quero agradecer a este Grêmio pelos 13 anos. Foi o teu pai, Duda, o Dr. Fernando Kroeff, que assinou embaixo para que eu pudesse estar nessa grande agremiação chamada Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. Aqui cheguei com 19 para 20 anos, e só aprendi; aprendi muito, não a ser jogador de futebol, mas a ser um cidadão equilibrado. Foi isso que o Grêmio me deu. Ganhamos o título do Mundial, o título da Libertadores. Às vezes, encontro com torcedores gremistas na rua, e eles vêm me agradecer pelos títulos. Eu digo a eles: “Não, quem tem que agradecer por isso tudo a vocês é o Tarciso, pela oportunidade, pelo calor humano que o Grêmio e toda a Direção me passaram nesses 13 anos em que passei no clube. Ensinaram-me muito, e hoje o Tarciso é esse cidadão equilibrado que é, porque eu ganhei isso lá dentro do Grêmio. Então, eu quero aqui parabenizar o Grêmio e agradecer por tudo que essa nação gremista torceu por mim e me deu esse carinho. Obrigado! Obrigado, Grêmio! (Palmas.)

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Registro a presença dos nossos três atletas que aqui estão: o Saimon Tormen, o Mário Fernandes e o Mateus Magro. Palmas para eles! (Palmas.)

 

O Sr. Reginaldo Pujol: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço a oportunidade de, através do aparte, saudar a Direção do nosso Clube aqui presente, e faço os meus cumprimentos na figura do Presidente Duda Kroeff, dos demais companheiros de Diretoria; do meu grande amigo e Vice-Presidente Pacheco; do Moreira, Presidente do nosso Conselho Deliberativo, e com a licença de todos que estão na Mesa, do Ricardo, que aqui representa muito bem o Prefeito Municipal; do colorado, mas grande desportista Sebastião Melo; saudar, na única presença feminina da Mesa, essa figura que o Rio Grande inteiro reconhece como identificadora inclusive do nosso Clube, a Dona Ema, com muito carinho a sua presença aqui, justificadamente, nesta Sessão e nesta homenagem completamente diferente. Acho que o Grêmio, inúmeras vezes já foi aqui homenageado, Raul...

Saúdo a chegada do nosso Presidente, Paulo Odone, (Palmas.), que certamente vai ser convidado para compor a Mesa, e aproveito para saudá-lo, porque ele, inclusive, confirma aquilo que eu estava dizendo, que o Grêmio já foi inúmeras vezes saudado aqui nesta Casa, até pelos seus feitos, os quais, inclusive, colocam Porto Alegre no mundo como imagem, mas nunca teve uma homenagem do porte desta de hoje, na medida em que tem aqui, no Legislativo Municipal, alguém que, mais do que Vereador, é gremista. Eu não preciso dizer o que o Brasinha representa na torcida tricolor, ele e seu caminhão; sei que ele é um entusiasta, um fanático, chorou no meu ombro lá nos Aflitos, e eu o consolei porque eram lágrimas de vitória. Hoje, emocionadíssimo, ele usa a tribuna, e melhor homenagem o Clube não poderia ter do que uma prestada pelo Brasinha. O Tarciso, que foi nosso grande herói, nosso craque, campeão do mundo; o Ruas, Diretor da Grêmio Empreendimentos; eu, que sou um dos tantos integrantes do Conselho Deliberativo do Grêmio, nenhum de nós - perdoa-me, Ruas - teria tamanha legitimidade para fazer esta homenagem quanto tem o Brasinha, porque é a torcida do Grêmio que está na tribuna, saudando a Direção do Clube, saudando seus jovens atletas e dizendo: nós, do Grêmio, queremos chorar novamente de alegria, por outras tantas vitórias!

Meus cumprimentos Brasinha, sei que hoje é um dia muito feliz para ti. Mais do que festejar o aniversário do Grêmio, nós festejamos hoje a presença da torcida tricolor na tribuna da Câmara de Vereadores. Era isso.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado.

 

O Sr. Pedro Ruas: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Tenha a bondade, Ver. Pedro Ruas.

 

O Sr. Pedro Ruas: É uma alegria, Brasinha. Sabe que naquela homenagem aos cem anos do Grêmio em Cachoeirinha, o torcedor-símbolo, Presidente Duda Kroeff, homenageado naquele dia, foi o Brasinha, seis anos atrás. E uma honra, como disse o Pujol, que parta de ti essa iniciativa. Eu quero saudar o nosso Presidente Duda Kroeff, é uma honra para esta Casa tê-lo aqui; o César Pacheco; o Moreira; o Ricardo, que representa a Prefeitura; o Dr. Raul Régis Freitas Lima, Presidente do Conselho Deliberativo; a Dona Ema; o sempre Presidente, Paulo Odone; o nosso Presidente da Casa, Ver. Sebastião Melo. Eu não sei por que o Pujol entregou que o Sebastião era colorado, não era o momento de fazer esse registro aqui. Saúdo também os nossos atletas, estão lá o Mário Fernandes, o Mateus, o Saimon, as Vereadoras e os Vereadores, e os Conselheiros que estão aqui. Eu vi de longe o Paulo Rossi, e eu sei que há outros presentes aqui. Então, na pessoa do Rossi saúdo os demais. Apenas no registro breve neste aparte, em nome do PSOL, meu e da Verª Fernanda Melchionna, quero dizer que na condição de Conselheiro, mas antes de tudo de torcedor, é uma grande alegria, Presidente Duda Kroeff, é uma honra, nós fazemos parte desta torcida que há 106 anos faz a mesma profissão de fé diariamente. Todos nós nos irmanamos neste momento. Este é um momento de muito emoção, porque sabemos, Presidente Sebastião Melo, que o Grêmio começa muito antes de nós e que vai muito além de nós. E, no nosso tempo, nós marcamos a nossa presença de alguma maneira sendo úteis ao nosso querido tricolor. Nós queremos, cada um de nós, fazer a nossa parte, como esta Direção faz, como o Conselho faz, como muitos, antes de nós, fizeram, e muitos, depois, ainda farão. Nós temos orgulho, Brasinha, de agora, neste período, nos 106 anos, dizer que somos gremistas, somos tricolores, iremos com o Grêmio sempre, aonde for o Grêmio. Um abraço, Brasinha; um abraço, Direção! Obrigado.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado, Vereador.

 

O Sr. Dr. Raul: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Brasinha, eu gostaria de saudar a sua iniciativa tão própria, vamos dizer assim, para nós, gremistas, que nascemos gremistas, e saudar o grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, na pessoa principalmente dos amigos que aqui estão, mas em especial dos amigos de futebol, pois fomos colegas de futebol varzeano; muito trabalhamos também nos campos: o nosso Presidente Duda Kroeff, o Presidente também Raul Régis Freitas Lima. Então, a vida passa e a gente vai ocupando espaços, procurando ajudar a comunidade. Chegou a vez do Duda ajudar com mais força realmente o nosso Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.

Eu gostaria de dizer que o Grêmio traz as maiores emoções para quem é gremista. Eu fui atleta também por pouco tempo, do Grêmio. E digo que a minha filha nasceu dia 15 de dezembro de 1983, eu estava indo para PUC, para o lado esquerdo, e o Grêmio estava chegando, indo para a direita, para o Estádio Olímpico. Isso significa que o Grêmio foi Campeão Mundial no dia 11, mas chegou à Porto Alegre no dia 15. Então, eu desejo muita saúde para todos nós, e especialmente para o nosso Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. Obrigado.

 

O Sr. Haroldo de Souza: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Alceu Brasinha, inicialmente cumprimento-o pela iniciativa de homenagear esse pedaço tão importante do Rio Grande do Sul, que é Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. Todos nós temos alguma data, alguma história especial relacionada ao Grêmio. Saúdo o meu querido Raul Régis de Freitas Lima, uma bandeira tricolor; lá na outra ponta, pela ponta esquerda, mas não tem nada de esquerda; o meu querido Paulo Odone; o Presidente atual, Duda Kroeff; o César Pacheco, enfim, aqueles que representam o Grêmio nesta tarde; também o meu xará, Haroldo Santos; saúdo e agradeço a todos pelo o que o Grêmio já me proporcionou. Todos temos uma história, Sebastião, e no dia 06 de dezembro de 1983 eu fazia uma escala nos Estados Unidos com a delegação do Grêmio, que ia ser campeã em seguida, em 1983, no Japão, no Estádio Olímpico de Tóquio, e nascia aqui no Brasil, surpreendentemente para mim, porque a promessa era que seria na volta, a Marcella Helena Bortolon de Souza, que é minha filha e que faz aniversário com diferença de três, quatro dias dessa conquista do Grêmio. Então, eu, como bom corintiano, tenho alguma coisa também de Grêmio, mas tenho, principalmente, a emoção maior que foi em 1983, na primeira grande conquista de um time aqui da província, da aldeia, ganhando do Hamburgo, eu estava lá, vendo aquela presença de espírito fantástica do Renato. Eu até poderia fazer uma homenagem com aquele gol do Renato, com a participação do Tarciso, mas é que daí a imprensa amanhã vai dizer: “Bah, a Câmara não tem nada que fazer, o cara lá fica narrando gol”. Registro o meu muito obrigado e os parabéns à grande máquina tricolor, que eu tive oportunidade de dar esse apelido - máquina tricolor -, e avisando mais uma vez: ela está chegando. Eu afirmo, categoricamente: na Libertadores do ano que vem o Grêmio já está, o que virá pela frente é lucro.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Narra o gol para nós.

 

O Sr. Toni Proença: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Alceu Brasinha, quero cumprimentar V. Exª pela iniciativa e cumprimentar pelo entusiasmo que sempre teve com o Grêmio. Eu, que às vezes não consigo ver o resultado do jogo, fico escutando quando tu voltas do estádio com o caminhão, porque já fica mais fácil saber o resultado. Quero, em nome da Bancada do PPS, que tem três componentes, dois colorados - mas também não quero me exibir, porque o Presidente do Partido é o Paulo Odone -, dizer que a Bancada é colorada, mas cumprimento o Grêmio, na pessoa do seu Presidente, Duda Kroeff. E nós, do PPS, que temos como Presidente Municipal o Paulo Odone, também temos uma história. Eu quero dizer que eu aprendi a ser gremista acompanhando a minha avó, que era uma gremista fanática, de ouvido colado no radinho, daqueles radinhos que tinham aquelas interferências, e acompanhado do meu radinho, ao longo da minha vida, eu a vi torcendo e sofrendo pelo Grêmio. Ela casualmente veio a falecer no dia 27 de setembro de 1977, quando o André Catimba fez aquele gol, e, ao fazer a cambalhota, quase se machucou. Então, para mim ficou essa lembrança, que é uma grata lembrança, porque a minha avó foi uma grande mulher e me ensinou a ser gremista.

Parabéns aos gremistas! Parabéns à nação Tricolor! Parabéns ao Ver. Brasinha!

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado, Vereador.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Brasinha, saúdo V. Exª; meus cumprimentos ao Presidente Duda Kroeff e a toda Diretoria; meus cumprimentos ao Paulo Odone; faço parte de uma Bancada vermelha, mas, de sete, cinco são azuis. Nós queremos fazer a nossa manifestação de carinho, de alegria e de vibração com todas as alegrias e com tudo aquilo que o Grêmio representa para Porto Alegre e para o Rio Grande, levando o nome desta Cidade para o mundo. Parabéns, e muitas vitórias, logo e para o futuro! Um abraço.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado, Vereador.

 

O Sr. Nilo Santos: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Brasinha, primeiramente, quero dizer que é uma honra ter V. Exª na nossa Bancada, pois o maior gremista de todos desta Casa pertence à Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro. Quero saudar a Diretoria do Grêmio e os atletas que estão aqui representados.

Quero solicitar ao Sr. Presidente, que, quando se fizer homenagem nesta Casa ao nosso Tricolor, sejam retiradas as poltronas para que a avalanche possa acontecer, já que essa é uma marca da nossa máquina tricolor, como diz o Ver. Haroldo de Souza. Parabéns ao Ver. Brasinha pela homenagem. Parabéns a todos nós gremistas.

Eu venho de uma família gremista, e meu pai não permitia nem namorada colorada; e com as minhas irmãs, era o mesmo. Deus nos livre de pensar em namorar um colorado! Meu pai não aceitava!

Parabéns a todos nós, Ver. Alceu Brasinha!          

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado, Ver. Nilo Santos.

 

A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Brasinha, na figura da Ema, cumprimento a todos, a toda a Direção e a ti. Como gremista... torço muito pelo Inter, porque meus dois filhos e meu marido são colorados, portanto, lá em casa é muito mais dramático quando o Inter perde do que quando o Grêmio perde; mas, como Bancada vermelha, nós aqui homenageamos o azul do Grêmio. Quero dizer que vivo uma contradição permanente entre aquela festa toda que são as paixões futebolísticas, e fico me perguntando o valor disso, porque vemos a violência, a corrupção, salários exorbitantes e nos preocupamos com o fato de que um povo pobre viva essa paixão enorme, daí fico pensando: “O que seria da nossa vida, da nossa passagem aqui sem as paixões? São elas que movimentam o mundo”. Eu acho que os times do Rio Grande do Sul têm dado grandes exemplos de manifestos de paz, de trabalho com a sua torcida nesse sentido, de chamamento às famílias. Isso nos orgulha, orgulha o nosso grande Grêmio, Brasinha, e a gente vê, na tua postura e na tua manifestação, o que é uma paixão saudável, emocionante. Nós queremos, portanto, longa vida ao Grêmio, e que ele continue fazendo do Rio Grande do Sul um lugar de grandes polêmicas. Nós aqui não somos todos misturados; nós temos uma pujança que faz embates importantes, como nós - não é, Brasinha: como dois gremistas temos grandes embates! Mas é com isso que se faz um cidade melhor, um Estado melhor, que se faz democracia. Esse papel que o Grêmio cumpre, de mobilizar multidões, seja sempre no sentido de mobilizar a paz, mobilizar a fraternidade, a alegria, a paixão de viver! Longa vida ao Grêmio, e que esta Cidade e este Estado possam contar com um clube muito forte, e vitorioso! (Palmas.)

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado, Verª Sofia Cavedon.

Para mim, poucos minutos atrás, Deputado Paulo Odone - que foi presidente do Grêmio, Secretário da Copa -, eu estava falando que muitas vezes incomodei o presidente Duda Kroeff, mas o senhor também sabe: lembra que lá em Santa Catarina eles queriam me prender por causa do barulho que eu estava fazendo? Arrumei também problema para o presidente Paulo Odone.

 

(Aparte antirregimental.)

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Em vários locais eu fui, como São Paulo, Paraná, enfim, eu tive a oportunidade de acompanhar o Grêmio e levar o caminhão, cantando o Hino do Grêmio. Então, quero dizer que é motivo de muita alegria, Paulo Odone, porque, para mim, cada vez que faço uma homenagem ao Grêmio, lembro de todo aquele tempo, desde quando o Grêmio ganhou o primeiro campeonato brasileiro, em 1981, quando fui em excursão, de ônibus, a São Paulo. Chegamos lá, terminou o jogo, retornamos de imediato. Desde ali eu passei a acompanhar o Grêmio e gosto muito de sair atrás do Grêmio. Eu convidei muitas vezes o Ver. Mario Fraga e nós viajamos juntos atrás do Grêmio; eu e o Ver. Pujol nos encontramos lá na “batalha dos aflitos”. Eu estava chorando, chegou o Pujol e perguntou: “O que está acontecendo, Brasinha? O Grêmio já fez o gol!” Eu não consegui ver o Anderson fazer o gol; eu estava chorando porque o Galatto defendeu o pênalti. Eu, emocionado, o Pujol me deu a notícia de que o Anderson tinha feito o gol. Imaginem, estava lá, feliz, porque o Galatto pegou a bola.

Para mim é só motivo de alegria e de satisfação ter a direção do Grêmio aqui, e aquela torcedora ilustre, a Dona Ema; sempre que vou à sua praia, eu costumo dizer que o paraíso nunca é igual depois que o caminhão do Brasinha chega lá, porque vira um tumulto na praia da Dona Ema!

Eu quero dizer para a torcida que está aqui, para os Conselheiros, que ontem eu estive num evento lá em Canoas, Grêmio Sem Fronteira, que foi uma maravilha, onde encontrei os gremistas identificados, uma família; foi bom, fez bem para a saúde. São situações assim para as quais não encontro palavras para explicar, mas eu só sei que eu tenho uma grande honra de ser gremista.

E dizer, Presidente Duda Kroeff, que quero ir ao Japão com vocês. Podem ter certeza de que nós vamos, porque nas duas últimas vezes eu não pude ir, mas agora, se o Grêmio for, eu estou nessa.

O meu querido amigo do meu Partido, o Nenê, pediu que na próxima homenagem fossem tiradas as poltronas para fazermos a “avalanche”. Então, Ver. Cirilo Faé, seja bem-vindo, assim como todos os gremistas que estão aqui, sintam-se homenageados, e podem ter certeza absoluta de que no domingo o Grêmio vai ganhar do Goiás. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Neste momento, eu tenho a honra de passar a palavra ao Sr. Duda Kroeff, Presidente do Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense.

 

O SR. DUDA KROEFF: Exmo Sr. Presidente da Câmara de Porto Alegre, Ver. Sebastião. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É muito bonito ouvir do Tarciso, ele que foi um atleta consagrado do Grêmio, multicampeão, mas foi muito bonito quando ele disse que mais do que isso, ele aprendeu no Grêmio a ser um homem, ser uma pessoa, que o Grêmio o ajudou a moldar o seu caráter. Isso, sim, minha gente, isso é muito mais importante do que todos os títulos que ele possa ter ganho no Grêmio.

Foi muito feliz também o Ver. Pujol, ao dizer que não poderia haver ninguém melhor do que o Ver Brasinha para sugerir esta homenagem ao Grêmio, porque ele é um torcedor fanático que simboliza todo torcedor do Grêmio. Brasinha, eu também sou um torcedor como tu, a mesma coisa. Estou na presidência do Grêmio hoje; tu hoje és uma autoridade da cidade de Porto Alegre, mas nós somos, antes de tudo, torcedores doentes, fanáticos por essas três cores mágicas, por esta camiseta tricolor maravilhosa, que estou vendo lá no fundo, que traz uma emoção para a gente, inexplicável.

Quero também, além de evidentemente agradecer por esta homenagem à Câmara Municipal de Porto Alegre, dizer que o Grêmio é um patrimônio da Cidade e é merecedor, sem dúvida, desta homenagem. Quero também parabenizar o Grêmio, como torcedor que sou, parabenizando todos os seus representantes que aqui estão, os atletas, os funcionários; cumprimento o meu querido Fernandão, simbolizando todos os funcionários do Grêmio, porque eles também fazem o Grêmio, são muito importantes.

Neste momento quero, além de agradecer, parabenizar o Grêmio e parabenizar, principalmente, o seu torcedor, porque quem realmente está de parabéns hoje pelos 106 anos do Grêmio é o torcedor do Grêmio, aquele torcedor simples que junta dinheiro para ir ao jogo, para levar a família; que torce, às vezes, de longe, que mora no Interior, lá no fundo dos rincões, nas fazendas; que ouve no rádio, dá um jeito de ver pela televisão - é aquele, de repente, o melhor momento da semana, quando ele ouve o jogo do Grêmio.

Parabéns, principalmente a esse torcedor, que é o único torcedor bicampeão da América na Região Sul do Brasil. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Presidente Duda e nação Tricolor, nós queremos nos somar à justíssima proposição do Ver. Brasinha, e dizer que, com muito prazer, estive lá no Leopoldina Juvenil, participando daquela festa magnífica dos 106 anos, levando o reconhecimento plural desta Casa pelo papel desse grande time. Quero dizer, Presidente Duda, estava o Paulo Odone no comando do Clube, e esta Casa, no ano passado, mais precisamente no dia 29 de dezembro, aprovou aqui as mudanças no Plano Diretor, permitindo que o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense pudesse fazer a sua arena multiuso - isso é o respeito e o reconhecimento desta Casa - e, da mesma forma, para que o Internacional pudesse remodelar o seu estádio. Também foi concedido um regime especialíssimo à área de 8ha onde hoje está o Estádio Olímpico, para que o Grêmio pudesse apurar financeiramente recursos para colocar em seu empreendimento.

Quero dizer que esta Casa estará sempre de portas abertas para contribuir, porque achamos que o nosso Rio Grande tem vários valores e a nossa Cidade também, mas não podemos deixar de reconhecer que o Grêmio e o Internacional são dois grandes valores do Rio Grande do Sul.

Muito obrigado pela presença de vocês. Os nossos cumprimentos não só à Diretoria, aos funcionários, aos Conselheiros, mas, acima de tudo, vale aquilo que o senhor disse, que um time é grande pelo seu torcedor, pela sua massa de torcedores. Então, um cumprimento muito especial aos torcedores do Grêmio.

Ouviremos, a seguir, o Hino do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. (Palmas.)

 

(Ouve-se o Hino do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h39min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo - 16h40min): Estão reabertos os trabalhos.

Lembro a todos os Vereadores e Vereadoras que, às 19 horas, esta Casa tem uma Audiência Pública extremamente importante para a vida da Cidade, para tratar do Cais do Porto. Portanto, estão todos convocados para essa Audiência, às 19 horas, aqui no Plenário Otávio Rocha.

Visivelmente, não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h41min.)

 

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